segunda-feira, 13 de julho de 2009
Nacionalização da EFMM 77 anos depois
Há 77 anos, o governo brasileiro assumia a administração da EFMM. Tudo começou no inicio do ano de 1931 quando a empresa Madeira Mamoré Railway, informou ao governo brasileiro que estava passando por dificuldade, em conseqüência da crise da borracha e da crise econômica que atingia o país, desde 1929.
O governo brasileiro não deu muita atenção a esse comunicado o que fez com o advogado da empresa americana Dr. Ricardo Xavier da Silveira no dia 25 de junho de 1931 entrasse com petição junto ao Juízo Federal da 2ª Vara, do Rio de Janeiro, onde declarava que a Madeira Mamoré Railway Company estava disposta a interromper o tráfego da ferrovia e solicitava ainda que a Justiça citasse União para receber todo o acervo da Ferrovia.
Aqui vamos fazer uma pausa na pendenga judicial, para fazer algumas considerações que achamos convenientes ao assunto em pauta.
Sempre que somos consultados para nos manifestarmos a respeito do assunto Madeira Mamoré, costumamos nos referir ao empresário Percival Farquar como grande “malandro”. Malandro no sentido de ambicioso e que a paralisação dos serviços da Ferrovia provocada pela sua empresa, foi mais uma tentativa de golpe no governo brasileiro. Jamais concordamos com os motivos alegados pela Madeira Mamoré Railway de que a Estrada de Ferro dava prejuízo. Para confirmar a nossa tese, vamos ao “Boletim Comercial” do Ministério das Relações Exteriores publicado em julho de 1934 onde consta o trabalho do Sr. J. de Mendonça Lima, cônsul do Brasil na localidade boliviana de Guaiara-merim.
Mendonça Lima assim como eu discorda dos motivos alegados pela empresa arredantária da ferrovia para sua desativação, vamos ao relato do cônsul: “A instalação da madeira Mamoré Trading Co. em território boliviano, foi por exemplo, uma das maiores loucuras praticadas pela empresa arredantária da Ferrovia Madeira Mamoré, não só porque o meio em que ela pretendia operar não estava apto para tamanho empreendimento, como ainda porque lhe seria difícil estabelecer vantajosa competência comercial com as muitas firmas alemãs radicadas desde muitos anos nesse distrito”.
Mendonça Lima concluiu seu relatório afirmando categoricamente, que o fracasso da empresa não tinha nada a ver com o preço da borracha. “Em suma, podemos afirmar que, para o ruinoso fracasso da citada empresa, influenciaram os fatores seguintes: crise, má administração, excessivos gastos, inconcebíveis e imperdoáveis caprichos comerciais, além de um profundo desconhecimento das característica psicológicas do meio em que se exerciam as suas atividades”. Depois cita algumas empresas que viviam apenas da exploração do látex e conseguiram se firmar economicamente, transformando seus proprietários em ricos empresários.
Em nossa humilde análise, concluímos que quando Percival Farquar comprou a concessão da construção da EFMM de Joaquim Catrambi, visava apenas usar as composições da ferrovia, como meio de transporte para os produtos produzidos em seus seringais. Quer dizer, Farquar jamais pensou no escoamento dos produtos bolivianos e tão pouco na inclusão social do povo que vivia nas colônias ao longo da Estrada de Ferro e sim, no transporte da borracha produzida em seus seringais, que iam de Porto Velho no vale do alto e baixo Madeira até o Forte Príncipe da beira no Vale do Guaporé.
Quando os administradores da Madeira Mamoré Railway viram que o negócio com a borracha não estava mais dando o lucro esperado, colocaram a culpa na Estrada de Ferro na tentativa de receber do governo brasileiro, exorbitante indenização pela sua construção. Esse é o nosso pensamento a respeito da paralisação das atividades da Estrada de Ferro Madeira Mamoré em 1931.
Aluízio Ferreira assume a EFMM
No dia 10 de julho de 1931 através do Decreto 20.200 o governo provisório do Brasil manda restabelecer o tráfego na Estrada de Ferro Madeira Mamoré e convoca o Capitão Aluízio Pinheiro Ferreira a assumir com amplos poderes a administração da ferrovia.
Dois meses após assumir o comando da ferrovia, Aluízio Ferreira envia telegrama ao chefe do governo provisório do Brasil, dando conta de que no mês de julho a ferrovia apresentou lucro de 63:285$330. É claro que esse lucro foi contestado pelo representante da empresa americana.
A escritora Yedda Bozarcov escreve às páginas 68 do livro: “Em Memória a Aluízio Pinheiro Ferreira” publicado pela prefeitura municipal de Porto Velho em 1997.
“Na manhã do dia 10 de julho de 1931 o jovem e bravo revolucionário determinou que todas as dependências da Ferrovia fossem ocupadas pelos soldados que serviam ao Posto das Linhas Telegráficas sob seu comando. O regozijo popular foi indescritível e comemorado com passeatas ao som de fanfarras, discursos e baile no clube Internacional. O ato, inédito na vida republicana da Nação, marcou o início de uma série de medidas administrativas que tiveram como inspiração a decisão do governo referente a nacionalização dos serviços administrativos da Ferrovia que passara a se chamar Estrada de Ferro Madeira Mamoré”.
Hoje passados 77 anos do feito a prefeitura municipal de Porto Velho convoca os moradores da cidade para o “Ato Cultural Montando os Novos Trilhos”. Na oportunidade será entregue o Galpão II totalmente revitalizado.
Paralelo a festa promovida pela prefeitura. A Associação de Amigos da Estrada de Ferro Madeira Mamoré convida para um ato de protesto contra a construção de quiosque na rua Farquar em frente a Vila Ferroviária. Os amigos oferecem café da manhã no local onde faixas e discurso contra a construção dos quiosques serão proferidos, na tentativa de sensibilizar a administração municipal a desistir da instalação dos quiosques.
Fonte: O Observador
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A questão dos quiosques não tem nada a ver com a preservação do patrimônio histórico e cultural. Os "turistas" curiosos da nossa História, precisam sim de um lugarzinho para refrescar suas idéias!!!!
ResponderExcluirAgora precisa ser ordenado e fiscalizado pelo poder público!!!!!
Que façam quiosques a cada cem metros da Madeira-Mamoré, de Porto Velho à Guajará.... O importante é reconstruir e preservar nossa História!!!!
abs
PASSEATA VIRTUAL #FORASARNEY
ResponderExcluirQuarta-feira, dia 15, das 15h às 16h horas.
Local: Na internet.
Ponto de partida: Seu computador, telefone celular, PDA, qualquer aparelho que possa enviar uma mensagem de e-mail, SMS, Twitter, etc
Ponto de chegada: Congresso Nacional
Sarney: sarney@senador.gov.br
Senadores: e-mails aqui ou aqui para enviar a todos os senadores
Como vai funcionar: Na quarta-feira no intervalo das 15h às 16h horas, você que tem um blog, site, Twitter, celular, etc, deverá estampar um “banner” ou selo com a mensagem “#forasarney” e enviar o máximo de mensagens ao Senado.
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As informações fora repassadas para este Blog pela atuante Gusta do Reaja Brasil.
Valeu, Gusta
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aqui. Blog #forasarney .