Fatores naturais que atrapalham a produção agrícola
Secas, enchentes, pragas e doenças nos rebanhos provocaram graves quebras de safra na China, na Europa e Austrália, reduzindo a oferta de comida. A Austrália, segundo maior exportador de trigo, teve forte seca. Projeções oficiais dão conta de uma redução de 10% nas chuvas até 2030, o que deve se traduzir na queda de 10% da produção de trigo, carne bovina, lácteos e açúcar, além de uma queda de 63% das exportações desse conjunto de commodities. Nos últimos três anos, o Brasil teve secas tão profundas no sul que perdeu 40 milhões de toneladas de grãos. Os estoques de milho, trigo e arroz, os cereais básicos para a alimentação do mundo, estariam em 70% das marcas de 1999.
Escassez de alimentos já provoca mais conflitos
Má-alimentação: barreira à saúde e à educação
América Latina - A ONU alertou os governos dos países latino-americanos para que adotem medidas a fim de evitar que a alta global no preço dos alimentos agrave o problema de desnutrição na região. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), há um risco de que cada vez mais pessoas deixem de ter condições de adquirir alimentos básicos, aumentando a subnutrição nessa área do planeta. Os países americanos de baixa renda e importadores de alimentos - a maior parte deles na América Central - são os mais vulneráveis.
Os conflitos violentos provocados pela fome
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, propôs um "novo contrato" alimentar em nível mundial para enfrentar o aumento dos preços dos produtos agrícolas. O objetivo da idéia é enfrentar tanto as emergências alimentares como estimular o necessário desenvolvimento a longo prazo da agricultura. Um dos alertas mais preocupantes foi dado pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, para quem a crise alimentar pode levar a guerras. Ele garante que "não se trata de assustar, mas de enxergar a realidade". Strauss-Kahn explicou que, quando há situações "tão dramáticas", a população critica seus governos mesmo que eles tenham feito tudo o que era possível - os líderes democraticamente eleitos podem cair em função de golpes de estado. "A história está cheia de guerras que começaram por causa de problemas deste tipo", concluiu.
Haiti - Com 8,5 milhões de habitantes, o Haiti é o país mais pobre do continente americano, e 80% de sua população vive com menos de 2 dólares por dia. Esse foi um dos países que sentiu de forma mais intensa os efeitos da crise dos alimentos. Isso porque os haitianos importam a maior parte da comida que consomem, como resultado de políticas de livre mercado que sufocaram a produção nacional. Em 1994, o Fundo Monetário Internacional (FMI) criou um plano que reduziu as tarifas alfandegárias do arroz importado de 35% para 3% no país. Em um ano, as importações do produto dobraram. Enquanto Washington subsidiava seus próprios produtores, o do Haiti era proibido de fazer o mesmo pelo acordo com o FMI. Durante os últimos 20 anos, a produção de arroz haitiana se reduziu pela metade, enquanto as importações dominaram o mercado. A importação acabou se tornando uma ameaça à subsistência dos agricultores haitianos e torna os efeitos do súbito aumento de preços dos alimentos ainda mais graves.
Coréia do Norte - A situação dos norte-coreanos também é bastante grave. As devastadoras inundações que o país sofreu em 2007, somadas ao aumento mundial do preço dos alimentos, levaram a Coréia do Norte à beira de uma crise perigosíssima. Relatórios do Programa Mundial de Alimentação estimam que 6,5 milhões de norte-coreanos (de uma população de 23 milhões) não comem o suficiente.
Coréia do Norte - A situação dos norte-coreanos também é bastante grave. As devastadoras inundações que o país sofreu em 2007, somadas ao aumento mundial do preço dos alimentos, levaram a Coréia do Norte à beira de uma crise perigosíssima. Relatórios do Programa Mundial de Alimentação estimam que 6,5 milhões de norte-coreanos (de uma população de 23 milhões) não comem o suficiente.
Fonte: Veja.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário