segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pré-sal não exclui energia renovável

Publicação: 23 de Setembro de 2009 às 00:00

Sílvia Ribeiro Dantas - enviada a Brasília*

A descoberta do reservatório de óleo no pré-sal não fará com que o Brasil abandone o desenvolvimento dos biocombustíveis. É o que revelou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em Brasília, durante a abertura do seminário “O pré-sal e o futuro do Brasil”, sobre a exploração de petróleo na área do pré-sal brasileiro.

Para a ministra, o Brasil é o país com maior potencial renovável do mundo e tem condições de investir simultaneamente no petróleo e no desenvolvimento dos biocombustíveis. “Não mudamos um milímetro do nosso recurso de energia renovável e não podemos ser ingênuos em colocar um tipo de recurso contra o outro. O fato de termos petróleo e podermos ser um grande exportador, não elimina a grande vantagem do Brasil, de ser o país que tem na sua matriz energética a mais renovável do mundo, e isso não é pretensão”, avalia.

Rousseff exemplifica a importância dos biocombustíveis, destacando que atualmente, o consumo de álcool do país já ultrapassa o da gasolina e atribui parte desse fato à gasolina consumida no Brasil possuir 25% de etanol em sua composição, além da grande quantidade de carros com motor flex no mercado. “O consumo de etanol hoje é maior do que o da gasolina e a nossa matriz de biocombustíveis também vem crescendo com o uso do biodiesel. Lembrando que este governo instituiu a inclusão de 4% de biodiesel em todo o óleo diesel que circula no país”, completa

Ao falar sobre o novo marco regulatório da exploração de petróleo no país, Dilma Roussef destaca que a descoberta de petróleo na área do pré-sal não garante desenvolvimento, sendo necessária vontade política para possibilitar que as riquezas minerais sejam transformadas em riquezas sociais e humanas no Brasil. “O pré-sal, por si só, não assegura nada”, enfatiza.De acordo com a ministra, regulamentar a exploração no pré-sal é uma maneira de evitar que o Brasil sofra com o que ela classificou de “maldição do petróleo e doença holandesa”, ao lembrar que outros países já foram impossibilitados de ver as suas economias crescerem após a descoberta de grandes reservatórios de petróleo. “Ainda não temos idéia do volume real de petróleo no pré-sal, mas estima-se que seja algo entre 30 milhões e 100 milhões de barris. Temos a felicidade de discutir a abundância, mas isso é uma tremenda responsabilidade”, afirma.

fonte: tribuna do norte

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