sábado, 21 de maio de 2011

Educação: Pesquisa aponta que somente 25% saem da escola sabendo ler e escrever



'Fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional', diz especialista


*Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo

‘Doutora, meu filho vai à escola todo dia, mas ele não consegue aprender nada!’
 Ouvir queixas como essa faz parte da rotina do grupo de grupo de pesquisa de neuropsicologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo onde trabalha a psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa (foto). Ela recebe diariamente crianças e adolescentes encaminhados por escolas da rede pública com dificuldades de aprendizagem. Famílias de baixa renda levam os estudantes que não conseguem ler, escrever ou fazer as quatro operações matemáticas para que os especialistas consigam descobrir o que está atrapalhando o desenvolvimento cognitivo do aluno. “A demanda é muito grande”, diz a especialista.
A dificuldade em aprendizagem muitas vezes vai além dos problemas da criança. O fracasso escolar, na avaliação da doutora Nadia, é o fracasso do próprio sistema de ensino. Com mestrado em psicologia da Educação pela PUC de São Paulo e doutorado em psicologia e educação pela USP, a psicopedagoga coordenou uma pesquisa feita durante cinco anos nas escolas públicas de São Paulo. O grupo de pesquisadores buscava saber as causas da dificuldade de aprendizado escolar para estabelecer prioridades de mudanças na política educacional. O estudo revelou que de cada quatro alunos que concluem o ensino fundamental, três saem do ensino fundamental sem saber ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas (adição, subtração, divisão e multiplicação).

Nadia Bossa vai apresentou na 18ª Educar, o congresso internacional de educação, aberto  quarta-feira (18), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, alguns resultados de sua pesquisa em uma palestra sobre o fracasso escolar.
Em entrevista ao G1, ela diz que os problemas de aprendizagem revelam uma “infecção” no sistema educacional que, como tal, precisa ser tratado.

O que a neurociência nos ensina sobre o aprendizado?
O ensino funamental acontece numa fase da vida da criança que biologicamente temos todas as possibilidades de aprendizado. Uma vez superada esta idade tudo o que se construir não terá o efeito na constituição cerebral. Estamos perdendo o melhor momento do desenvolvimento da criança, que é dos 4 aos 14 anos. Se isso não acontece na idade adequada, estamos limitando a inteligência do povo. Se não usarmos os nossos neurônios nas atividades requeridas pelas atividades acadêmicas estas ligações não vão acontecer, e na vida adulta vamos ter de conviver com uma população com capacidade de raciocínio limitada.
Estudantes em sala de aula (Foto: TV Globo 
/Reprodução)
Como qualificar um fracasso escolar?
A autonomia intelectual que a escola deveria garantir ao aluno não existe. A gente observa que os alunos concluem ensino fundamental e médio sem condições de fazer a leitura de um texto simples. Eles não compreendem as quatro operações fundamentais de forma que elas possam ser utilizadas na vida cotidiana. O que a gente aprende na escola nada mais é que a vida escrita em uma outra linguagem. Não saber interpretar este esquema de representação desvincula a escola da vida. O que se aplica na escola não se aplica na vida, o que se aprende na vida não serve para interpretar na escola. Está aí o grande fracasso. E isso piora a cada ano. Quando se eliminou a questão da reprovação, os alunos e professores não tinham mais instrumento numérico para avaliar a questão da aprendizagem, a coisa foi se agravando. Tirou-se a reprovação e não se colocou outro instrumento. Quem concluiu o ensino fundamental em grande parte sai da escola sem sequer saber ler e operar de verdade as quatro operações fundamentais. Então podemos dizer que o fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional. É um sintoma que revela que a educação brasileira vai de mal a pior.

E de quem é a culpa pelo fracasso? Do aluno, da escola ou dos pais?
Em vez de fracasso, prefiro dizer que a responsabilidade pelo sucesso de uma criança na escola é dos nossos governantes e das famílias naquilo que teriam como direito de exigir dos governantes.

Quais as principais causas para o fracasso de um aluno na escola?
Um grande número de alunos que estão concluindo o ensino fundamental sem condições de ler e escrever e operar as quatro operações tiveram interferência por variáveis que vão desde a qualidade do ensino, e esta questão é a primordial, aliado à desestrutura familiar, muito mais decorrente de fatores socioeconômicos e, em uma escala menor, de problemas de saúde física, emocional. Problema emocional, cognitivo e pedagógico tudo misturado.  Para um aluno ter um desempenho razoável na escola são necessários desde a alimentação saudável até ter a condição emocional e cultural para levar a escola com a devida seriedade. Temos crianças mal alimentadas, famílias desestruturadas, um tremendo equívoco da função da escola pela população. Muitas vezes nem mesmo os professores sabem qual é o objetivo e o porquê de ter determinados conhecimentos. Família e estudantes também não sabem para que serve todo aquele conteúdo. A pessoa se pergunta: “Por que preciso saber história, geografia, equação?”. São tantos outros apelos na vida, existem tantas outras coisas interessando as crianças e adolescentes, que fica difícil para escola e o conhecimento tomar um lugar de destaque na mente do jovem.

A parceria entre escolas e família é fundamental. Mas como uma escola pode ser parceira de todas as famílias de centenas de alunos?
A escola deveria se aproximar mais das famílias. É preciso que alguém ensine porque os pais precisam respeitar o professor, dar a devida importância para as tarefas escolares, ensinar os filhos a terem cuidado com o patrimônio das escolas, e sobre a importância dos livros. Se os pais não sabem, eles não vão saber por que fazer e como fazer. Muitas vezes o professor diz para os pais que o filho está tendo problemas de aprendizagem. Mas os pais não sabem o que fazer. Um responsabiliza o outro. Além disso, as políticas educacionais vêm de cima para baixo sem uma base segura. Quem ocupa os cargos mais importantes politicamente na educação nunca é um educador, mas um advogado ou economista, que certamente não tem a sensibilidade, percepção e visão de um educador.
Pesquisa mostrou que estudantes saem da escola sem saber ler e escrever (Foto: TV Globo/Reprodução) 
Pesquisa mostrou que estudantes saem da escola
sem saber ler e escrever (Foto: TV Globo/
Reprodução)
E o professor, o que pode fazer?
Percebemos que muito professor não tem o devido conhecimento na área à qual ele é formado e devia ser especialista. E, para piorar, tem a questão da inclusão. Eles têm dentro de sua sala de aula os alunos de inclusão portadores de algum tipo de transtorno, que têm direito à educação. Mas o professor precisa de assistência para isso, e muitas vezes isto não acontece. E além do conteúdo didático o professor precisa tratar de temas transversais (como bullying, alimentação saudável, diversidade, violência no trânsito), que teoricamente teriam de estar preparados para isto também.

Um projeto de lei quer aumentar a carga horária escolar em mais 20%, e exigir frequência mínima de 80%. Na sua opinião isso vai melhorar a educação? O problema afinal é quantidade ou qualidade do ensino?
O problema é a qualidade. É muito bom que se aumente a quantidade de horas, mas isto deveria acontecer depois de melhorar muito a qualidade do que se ensina a escola. Do que adiante mais tempo para ficar na escola sem nada aprender? O professor fica mais tempo envolvido em uma tarefa para a qual ele está preparado.

Qual seria o caminho para melhorar este quadro?
A primeira coisa é fazer este alerta, conscientizar o povo usando todos os espaços para fazer um retrato verdadeiro da situação da nossa escola e identificando alguns dos maiores problemas quem sabe se consegue mudar alguma coisa. Se o fracasso escolar é um sintoma dos nossos tempos do nosso país e este sintoma, como uma febre, indica uma infecção, também indica uma doença do nosso sistema educacional que se não tratada em breve vai inviabilizar a possibilidade de crescimento do nosso país. O que se estuda sobre educação e o que se pesquisa nunca sai de dentro da universidade porque quem ocupa os postos de grandes tomadas de decisões não são os grandes estudiosos e pesquisadores.

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Em tempos de violência nas escolas e nas universidades, o professor e sociólogo italiano Domenico de Masi diz que a escola deve formar para o amor e a beleza. Ele acredita que é preciso educar não só para o trabalho, mas também para a vida. De Masi está em São Paulo para participar da feira internacional de educação Educar 2011, no Centro de Exposições Imigrantes. Ele fez palestras sexta-feira (20) e  neste sábado (21).
Pensador-celebridade, Domenico de Masi é pop, gosta do assédio e adora uma polêmica. O pensador diz que muitas escolas estão formando pessoas tristes.

"Se a escola forma só para o trabalho, que ocupa um décimo das nossas vidas, forma para a tristeza, porque o ser humano não vive só para o trabalho. Ele vive também para o estudo, para a aprendizagem, para as amizades, para o amor e para a beleza", conta o pensador Domenico de Masi.

Agora, com as redes sociais, a educação é de muitos para muitos. Mas a internet não pode ser uma mania. É um instrumento que potencializa todos os outros instrumentos" (Domenico de Masi)
Como tornar a escola mais atraente? “Uma escola atraente é uma escola onde o tempo inteiro se joga, se estuda e se trabalha, tudo ao mesmo tempo. Ou seja, uma escola com muito ócio criativo”, explica De Masi.
“O ócio criativo” é o título do livro de Domenico de maior sucesso no Brasil. Em 300 páginas, ele diz que, além de trabalho e estudo, é preciso tempo livre para estimular a criatividade, a inovação que move o mundo de hoje. Ele mesmo, que já passou dos 70 anos, é puro entusiasmo diante das novidades, como as redes sociais na internet, que compara à invenção da escrita.
Livro 'Ócio criativo' (Foto: Divulgação) 
Livro 'Ócio criativo' (Foto: Divulgação)
"Primeiro, a educação era de poucos para poucos. Depois, de poucos para muitos. Agora, com as redes sociais e as enciclopédias na internet, a educação é de muitos para muitos. Mas a internet não pode ser uma mania. É um instrumento que potencializa todos os outros instrumentos", afirma Domenico de Masi.Professor da Universidade la Sapienza, de Roma, uma das mais antigas do mundo, Domenico fala sobre o que é fundamental para garantir o bom trabalho do mestre.
"O salário não é o principal fator. Os principais fatores são a cultura e a paixão. Mas o governo não deve aproveitar a paixão do professor para pagar pouco", diz o italiano.

Da terra de Leonardo da Vinci, que dizia "Pobre do aluno que não supera o mestre", Domenico defende investimento forte na escola pública para ver nascer grandes talentos. "A inteligência não está só na classe rica, ela também está na classe pobre. A escola pública é indispensável para desenvolver a inteligência popular. Não creio que todos sejam Mozart, Beethoven, Dante Alighieri, mas acredito que, dentre tantos, alguns se destacarão", afirma o pensador.

 Fonte: G1.globo.com

O SISTEMA DE COTAS


As diferenças sociais e raciais no Brasil existem há aproximadamente 500 anos, desde esse período os líderes brasileiros trataram e tratam desse assunto com descaso. Para piorar a situação os investimentos feitos na área da educação são precários, ignorando o principal objetivo dessa que tem por finalidade preparar o estudante para se tornar uma pessoa capacitada a vencer todo e qualquer desafio.

Os alunos de escolas públicas geralmente não recebem a preparação adequada e por isso não conseguem ingressar nas universidades, já o negro sofre discriminação racial. Dados estatísticos revelam que apesar da raça negra representar 45% da população brasileira, apenas 2% são universitários. Para melhorar esses dados, o governo deveria adotar medidas que promovam a melhoria do ensino fundamental e médio, dando condições para que o aluno carente, negro ou indígena concorra em pé de igualdade com alunos da rede particular de ensino e estudantes brancos e pardos. 

Porém, para conseguir um resultado que podemos chamar de “imediato” e ter uma imagem positiva, o governo criou o projeto de cotas para o ensino superior. Ao invés do estudante negro, carente ou indígena concorrer pelo sistema universal de vagas, ele concorre pelo sistema de cotas, ou seja, ele concorre à quantidade “x” de vagas reservadas ao seu grupo. Por exemplo, um vestibulando negro optante pelo sistema de cotas concorre unicamente com negros que também optaram pelo sistema.

Muitas universidades já adotaram o sistema de cotas, sendo a Universidade de Brasília a primeira, em junho de 2004. Essa medida para muitos é uma forma de discriminação para com os estudantes negros, carentes, indígenas, brancos e pardos, pois segundo o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira; “Todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”. A discussão acerca desse tema vai durar um bom tempo, até que se estabeleça a concordância de todos.

O sistema de cotas surgiu nos Estados Unidos, mas pouco durou, pois foi proibido pela Suprema Corte por estar aumentando a discriminação racial e a desigualdade republicana.
É um projeto bastante polêmico, pois opositores não acreditam em discriminação racial em instituições de ensino e também não acreditam que tal benefício é justo, já que o Brasil é um país miscigenado sendo de difícil comprovação quanto à raça.

Cisão racial
Alguns argumentam que a ideia de raça deve ser abolida, por estimular a divisão do país em grupos étnicos. A cisão racial seria um passo em direção ao conflito. "Desde o Modernismo, nossa sociedade se vê como misturada. A introdução do sistema de cotas rompe com esse ideário e produz uma sociedade que tem a obrigação legal de se classificar como 'branca ou negra'. Em outros países, políticas que reforçaram a condição racial geraram conflitos inimagináveis, como em Ruanda, Kosovo e África do Sul", alerta Yvonne Maggie, professora titular de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para  o professor José Jorge de Carvalho, do Departamento de Antropologia, da UnB , no entanto, a adoção de cotas apenas revela um preconceito que já é real. "Pode explicitar o racismo, que é latente, mas não gerar um preconceito maior que o já existente. Os negros estiveram fora do sistema apesar da mestiçagem, que não garantiu a eles o acesso ao ensino superior. Geneticamente não há raças, mas socialmente elas existem: a discriminação é pela cor da pele. A intervenção no sistema deve ser racial. Sem as cotas, os negros continuarão fora do sistema.", ressalta.

Mas segundo Yvonne, historicamente, a maioria das entidades de defesa dos negros tentou combater o preconceito sem usar a idéia de raça como referência ou exigir qualquer tipo de favorecimento. Ela cita o exemplo do movimento radicado na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, conhecido como Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC), que além de preparar jovens para ingressarem na universidade, procura dar noções de direitos sociais e cidadania.

"No PVNC, negros e pobres (brancos ou não) concorriam em igualdade de condições. Os mentores do movimento eram contra qualquer tipo de ajuda financeira ou cotas. Eles não queriam modificar o sistema, mas sim preparar esses alunos para ingressar nele. As cotas eram consideradas por muitos como favor e eles queriam concorrer em pé de igualdade. Esta era a primeira versão do movimento, que inverteu o seu paradigma e hoje quer que os negros tenham cotas, ou seja, privilégio", explica a antropóloga.

Por esse motivo, Yvonne defende políticas de inclusão com base na situação econômica do aluno. A lei estadual que introduziu as cotas, prevendo 40% de vagas para negros e pardos, nas universidades do Rio de Janeiro, no ano passado, foi modificada. Se antes negros e pardos tinham o privilégio, independentemente de sua posição social, agora só negros carentes têm direito às cotas. 

Princípio de igualdade

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que dos 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza, 70% são negros; entre os 53 milhões de pobres do país, 63% são negros.
A política de cotas aplicada a carentes beneficiaria principalmente a população negra. Esta é a opinião de Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana, para quem a reserva de vagas para negros seria contrária à democracia. "As cotas são uma solução simplista, que rompe com o princípio republicano básico de igualdade entre os cidadãos. Os negros não têm acesso ao ensino superior porque, na maioria dos casos, são pobres e passaram anos estudando em escolas públicas arruinadas. Em vez de cotas, o Estado deveria aumentar os investimentos no ensino público. Em poucos anos, os negros passariam a ocupar as melhores vagas nas universidades", acredita Magnoli.
O jurista Ives Gandra vai além. Segundo ele, o sistema de cotas é inconstitucional, porque fere o princípio fundamental de igualdade entre os cidadãos: "É uma discriminação às avessas, em que o branco não tem direito a uma vaga mesmo se sua pontuação for maior. Reconheço que o preconceito existe, mas a política afirmativa não deve ser feita no ensino superior, e sim no de base".
É justamente no ensino público que reside uma outra crítica à reserva de vagas. Ao adotar a medida, que não gera custos para os cofres públicos, o governo pode deixar para segundo plano o problema da educação. Segundo Magnoli, as cotas produzem um efeito estatístico positivo, ao aumentar o número de negros nas universidades, mas não acabam com a exclusão.
"Colocar um punhado de negros nas universidades por meio de cotas não resolve o problema social. Beneficia apenas aqueles indivíduos que entram. A mim, me espanta que pessoas de esquerda defendam as cotas. O pensamento esquerdista se baseia na idéia da universalidade de direitos. Só o pensamento ultraliberal não vê os indivíduos como um conjunto de cidadãos, mas sim de consumidores. No interior desse conceito é que surge a idéia de políticas compensatórias, para corrigir desvios de mercado", critica Magnoli.

Medida emergencial

Os defensores das cotas concordam que o sistema não é uma solução definitiva. A maioria dos programas é temporária, como uma medida emergencial. Mas se essa política não é ideal, poucas são as alternativas viáveis e de resultados imediatos apresentadas até o momento. O investimento do governo no ensino básico, por exemplo, depende de fatores políticos de difícil previsão e só terá efeitos no longo prazo.
Para o professor Antonio Sérgio Guimarães, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do programa de pesquisa, ensino e extensão em relações étnicas e raciais, o fundamental é não adiar a solução do problema. "As cotas foram, até agora, o único mecanismo encontrado por algumas universidades brasileiras para resolver o difícil acesso de negros e pobres às universidades públicas. É uma iniciativa corajosa e só dentro de alguns anos poderemos avaliar se realmente cumpre a sua finalidade. As piores opções são não fazer nada ou querer nos fazer crer que está tudo bem, ou que as cotas representam um grande perigo para a cultura brasileira, para as relações raciais no Brasil, para o futuro da humanidade. O que realmente não gosto é do conservadorismo travestido de humanismo. Se existem meios melhores que as cotas para aumentar o acesso de negros à universidade pública, que se adotem esses meios, que se façam programas sérios e eficientes, sem transferir o problema para outra esfera ou outra geração", avalia Guimarães.
Outra crítica ao sistema de cotas diz respeito à identificação dos candidatos às vagas reservadas. Até o momento, as universidades adotaram como critério a auto-declaração. A solução gerou controvérsias, depois que alguns candidatos brancos classificaram-se como negros para obter o benefício das cotas.
"Obviamente, qualquer critério pode ser burlado. Se as pessoas acham que nossa especificidade é sermos trapaceiros e que nenhuma política social pode funcionar entre nós, estaremos então fadados à lei de mercado mais selvagem", rebate Guimarães. (fonte: http://www.comciencia.br/reportagens/negros/06.shtml)

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Um comentário:

  1. Olá educadora Soniamar, desejo que tudo esteja bem contigo, sempre!
    Muitos dos projetos colocados em práticas neste país são até bem elaborados, e com boas intenções, mas, sabemos o que acontece quando semeamos em solo contaminado por pragas. Antes mesmo de frutificar a lavoura já está sendo devorada, assim é no Brasil.
    Talvez por esse nosso povo sentir-se colonizado e explorado por tantos, e ter este povo vivido por muito tempo dependente e sob jugo, desenvolvemos a política, o que é vantajoso para mim deve continuar sempre vantajoso para os meus!
    Sinceramente não consigo ajeitar em minhas idéias que, alguém com posses para custear os estudos dos filhos, faça uso de artifícios e consiga bolsa de estudo custeada pelo estado para o filho, enquanto isso aquele que posses nenhuma possuem, e merece estar usufruindo daquela bolsa está fora dos bancos escolares. Por este motivo digo que este povo mau caráter não tem qualquer direito de exigir nada dos muitos políticos mau caráter que elegeram, por conveniência de cada um!
    É uma pena, mas, a cada atitude destes seres, sinto pena dessa geração que chega, sem conseguir vislumbrar no horizonte caminhos com luminosidade mínima!
    Assim considero os educadores como verdadeiros heróis contemporâneos deste país!
    Agradecido pela visita e comentário sempre repleto de gentileza e carinho, mas, é como digo no blog de fotografia, são apenas imagens que vejo, da maneira como vejo, que registro e mostro, e me faz feliz que alguém compartilhe deste meu gostar das imagens!
    Desejo a você e todos ao redor muitas felicidades, agradeço pela amizade, grande abraço e até mais!

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