Numa entrevista concedida à agência Lusa, Ferreira Gullar afirmou não sentir o peso da idade e disse que não fica "a pensar em prêmios".
"Não participo de política literária, de disputa. Para mim, é muito especial ganhar um prémio como o Camões", admitiu, na ocasião.
A sua trajetória poética foi de bastante transformação. Nascido em São Luís do Maranhão, no Nordeste brasileiro, em 1930, José Ribamar Ferreira, conhecido como Ferreira Gullar, estreou-se na poesia quando tinha apenas com 14 anos.
Em 1954, publicou um dos livros mais discutidos da sua geração, "A Luta Corporal", que termina com a "implosão da linguagem". A partir daí, começou a fazer poemas concretos.
Em 1976, publicou "Poema Sujo", considerado um marco na literatura brasileira, traduzido para diversas línguas.
Após o fim da ditadura no Brasil, Gullar retornou de seu exílio e sua poesia também tomou o rumo dos questionamentos políticos e sociais.
Gullar esteve à frente de seu tempo e na vanguarda das experimentações gráficas e de linguagem.
Em 2002 teve a indicação para o Prémio Nobel de Literatura, por intelectuais do Brasil, Portugal e Estados Unidos, mas foi este ano que o autor foi galardoado com um dos mais prestigiados prémios da literatura de língua portuguesa, o Prémio Camões.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Lusa
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