sábado, 29 de agosto de 2009

30 anos de Anistia no Brasil

Trinta anos se passaram após a decretação da Lei de Anistia, assinada em 28 de agosto de 1979. As marcas da repressão e suas consequências, bem como a luta pela democracia, têm acalentado sucessivos debates, seja nas universidades, nos meios de comunicação, nos tribunais, nos centros culturais e em outras instituições.

A punição aos torturadores e as reparações aos anistiados políticos estão no centro do debate, seus múltiplos significados representam um diálogo importante entre passado e presente. Afinal, é possível anistiar os crimes de lesa-humanidade? Outras questões, como a abertura dos arquivos da repressão e o acesso às suas informações, que atualmente esbarram nas leis de sigilos e classificação dos documentos, são fundamentais para a construção da chamada “justiça de transição”, ou seja, para o ritual de passagem à ordem democrática. Pouco ainda se conhece sobre a campanha da anistia e, menos ainda, sobre a experiência das mulheres e o papel desempenhado por elas no processo de democratização. O que dizer então das experiências semelhantes que ocorreram nos países vizinhos? Nesse sentido, é preciso observar os processos de construção da memória coletiva, elaborada e re-elaborada constantemente pelos sujeitos que fizeram parte dessa história. Memórias essas tantas vezes silenciadas, esquecidas, marginalizadas.

Em 1979 foi sancionada a Lei de Anistia. Mas após 30 anos os fatos que envolveram a tortura no Brasil ainda não foram devidamente esclarecidos. Segundo George Orwell, o que mais se teme é uma opinião pública informada. Desta forma cabe às instituições da sociedade civil organizada e ao Estado brasileiro, através da Justiça, a socialização da história recente do Brasil. E a revisão da Lei de Anistia deve constar nesta agenda de encontro da sociedade brasileira com as sombras de sua história política. Para construirmos uma democracia que ultrapasse os aspectos meramente formais devemos dar conta das feridas que dificultam a participação da sociedade na arena política. E para isto é necessário que conheçamos nossa história.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos define que o crime de tortura é imprescritível, e nossos vizinhos na América Latina já avançaram significativamente nesta luta, sobretudo na Argentina e no Uruguai. Prisão para os torturadores, indenizações para os perseguidos, exilados, torturados e para as famílias dos desaparecidos políticos. Ao todo são quase 60 mil em todo o continente, ainda hoje. Mais recentemente os governos do Chile e do Paraguai sinalizam para um aprofundamento das investigações. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, ofereceu até agora a investigação histórica mais profunda, com a intervenção de universidades, institutos de pesquisa, inclusive arqueológicos, que não se omitiram com falsas neutralidades. Por outro lado, os últimos governos argentinos têm investido numa Justiça punitiva com um alto grau de responsabilidade civil.

Os exilados perderam quase tudo, inclusive a sua vida pessoal, intervenção na vida pública e a destruição das personalidades pela ditadura de 64. Recentemente o presidente Goulart, o primeiro da lista, foi anistiado. E devemos marcar aqui que existe uma espécie de segundo exílio, imposto por alguns meios de comunicação e pela Academia para aqueles que retornaram mas não foram incorporados através dos seus debates e das suas opiniões. Vilipendiados e esquecidos como, por exemplo, Ruy Mauro Marini. Os torturadores brasileiros ainda estão soltos, sem a necessária exposição pública ou constrangimento das autoridades federais. O esforço de frações do governo Lula tem sido louvável como, por exemplo, na Secretaria dos Direitos Humanos, no Ministério da Justiça e na Casa Civil. Mas ainda é pouco.

A sombra persiste no silêncio, no discurso de que apurar é revanchismo, e o mais grave nas análises descompromissadas com a nossa realidade social, pois o golpe de 64 criou raízes que estão em nosso cotidiano. Ter acesso aos arquivos da ditadura é um passo fundamental para encontrarmos estas raízes. Estamos distantes da democracia real e da efetiva liberdade de opinião, inclusive na academia. A exploração dos nossos trabalhadores não se dá exclusivamente no aumento da jornada de trabalho e no rebaixamento da massa de salários, mas também no sentido da expropriação da mais-valia-relativa dos nossos concidadãos que permanecem apartados da crítica e da educação libertadora.

Não defendemos aqui apenas uma tese social, mas queremos também chamar a consciência da sociedade brasileira para o esquecimento da história e para uma completa e intencional fragmentação da memória. Sócrates foi executado sob a acusação de não adorar os deuses do Estado. E nós devemos nos curvar a quem? Ao conhecimento hegemônico esculpido fora e adorado aqui dentro ou ao poder hegemônico em franca decadência? Para começarmos a construir respostas a estas perguntas que estão na ordem do dia é necessário o debate sobre a abertura dos arquivos da ditadura e o nosso direito à Lei Revisional da Anistia neste ano de 2009, pois demonstrará a capacidade de nosso país combater as violações aos direitos humanos praticadas em nossa história recente, e que permanecem até os dias de hoje.

Fonte:
* Oswaldo Munteal é pesquisador da Ebape/FGV e professor da Uerj

** Tahirá Endo é pesquisador da EBAPE/FGV

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Texto Dissertativo

* por Prof. Marcelo Braga

O texto dissertativo é não-literário. Isso quer dizer que não há necessidades de explorarmos nossa criatividade. O texto dissertativo é na verdade um texto científico. Imaginemos que uma dessas instituições cobrasse em suas provas os seguintes temas: a) Elabore um texto dissertativo sobre o seguinte tema: Células-tronco: a evolução da humanidade . b) Elabore um texto dissertativo em prosa em que você discorra sobre a importância da telefonia celular no processo de comunicação. Tenho certeza de que vocês não teriam nenhum óbice para engendrar textos sobre tais assuntos. Imaginemos que esses temas nos tivessem sido cobrados em 1980. Você teria condições de discorrer sobre eles? Claro que não. Por quê? Simples, não eram ciência. Isso comprova que o texto dissertativo é um texto científico independentemente de ser pessoal (argumentativo) ou impessoal (informativo).O QUE FAZER PARA PRODUZIRMOS UM BOM TEXTO DISSERTATIVO?Para que tenhamos uma boa produção, é essencial que saibamos o que quer dizer INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Após esse conhecimento, deveremos nos ater ao critério de Elegância Textual. Fundamental também é conhecer elementos primordiais dos quais

devemos fazer uso para conseguirmos ter um texto expressivo. A exigência de toda e qualquer banca é tão-somente a produção de um texto que permita ao leitor uma compreensão rápida e precisa, sem uso da prolixidade, o texto tem que ser objetivo.
O que é então INTRODUÇÃO?O vocábulo INTRODUÇÃO é um substantivo abstrato do verbo INTRODUZIR cujo radical é DUZ. Deste radical, formamos, por meio de prefixos, várias palavras como abDUZIR, proDUZIR, reDUZIR, conDUZIR... . DUZIR do latim DUCERE quer dizer LEVAR.


Portanto, INTRODUÇÃO quer dizer levar para dentro. Levar para dentro o QUÊ ou QUEM? Adianto, levar para dentro o leitor. Sempre que vamos escrever, devemos pensar no leitor. O corretor é antes um leitor, nunca esqueçam isso. Se devemos levar para dentro do nosso texto o leitor, temos, pois, que conquistá-lo. Conquistaremos o leitor superando a expectativa dele. Não fiquem iludidos, os corretores já sabem como vem o início da maioria dos textos. Se surpreendermos com a nossa introdução, teremos 50% da nossa aprovação. A introdução de um texto não deve ser tida como um resumo do meu texto, mas como uma apresentação.

O que é então o DESENVOLVIMENTO?O desenvolvimento consiste em uma explanação do texto. Algumas instituições como Cespe-UnB e FCC amarram o texto, pedindo que o candidato aborde no texto determinadas passagens. Tenhamos como exemplo a prova da ANTAQ, realizada pelo Cespe-UnB. Veja:Tendo o texto, a instituição apresentou o texto, redija um texto dissertativo em que aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:- principais razões que conduziram à implantação de portos em regiões de mar aberto, sem abrigo natural;- implicações ambientais que tal iniciativa gerou:- conflitos mencionados no texto entre a cidade e o porto nela inserido e mecanismos que poderiam disciplinar tal situação. É muito importante que o candidato evite usar no desenvolvimento apenas um parágrafo. É fundamental também que o candidato perceba que não deve produzir o texto em três parágrafos apenas, seguindo cada parágrafo um tópico mencionado pela instituição. Isso é um equívoco. Você pode até estar me perguntando: professor Marcelo Braga, em quantos parágrafos e com quantas linhas eu devo produzir meu texto? Fazer uma afirmação de quantos parágrafos e em quantas linhas o candidato deve produzir um texto é retirar dele a condição de escrever. Essa postura, além de ser incorreta, é antiprofissional. Por vários motivos, dentre eles, pelo fato de a progressão temática ser conduzida por cada produtor. Importante é fazer uso de elementos coesivos que possam ligar um parágrafo ao outro. São elementos coesivos importantes e necessários em um texto: os pronomes demonstrativos, oblíquos e relativos, além de alguns possessivos; as conjunções e os advérbios. Atenha-se ao uso do termo ASSIM, é muito comum nas redações, na maioria das vezes, nada traduz ou indica. Melhor não tê-lo.

O que é a CONCLUSÃO?Muita gente acredita que a conclusão é o desfecho do texto. As pessoas que acreditam nisso estão corretas, já que a conclusão encerra o texto, por isso desfecho. No entanto, quando é que se percebe o desfecho do texto? A conclusão é o resultado óbvio das premissas existentes em um texto. Se o nosso texto é uma dissertação argumentativa (opinião), então devemos formular argumentos e justificá-los. Esse argumentos são premissas. Após apresentadas, tiraremos uma conclusão.

Vamos entender melhor.
SILOGISMO Premissa maior
- CLARA É MULHER - inquestionável Premissa menor
- TODA MULHER É INTELIGENTE - questionável

Se houve uma afirmação de que Clara é mulher e de que Toda mulher é inteligente, chegaremos a uma conclusão:
Conclusão - CLARA É INTELIGENTE.Por se tratar de um texto dissertativo, é dada ao produtor uma liberdade, consoante a progressão temática, de ele optar por reafirmação à critica abordada por ele, por uma sugestão, por um reforço ao que foi abordado. Em uma conclusão é importante fugir de expressões do tipo: Conclui-se que...; Conforme o mencionado...; Diante do exposto...; Como havia dito antes...;

Participe você também do serviço Redação On-line acessando http://www.professormarcelobraga.com.br/
Abraços,
Professor Marcelo Braga

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

LEITURA DE MUNDO - Rede Brasil - canal 38 em PVH

Programa Leitura de Mundo - Estréia
dia 15/08 na Rede Brasil - RBR- com os Educadores: Neizinho,
Tadeu, Arimatéia, Nazareno
e Moreira às 12:00hs.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

UM FELIZ DIA DOS ESTUDANTES



Esse dia é somente seu!!Aproveito essa data especial para dar os parabéns a todos que se dedicam aos estudos.O estudante, além de estar constantemente exercitando seus neurônios para expandir seus conhecimentos, está igualmente sujeito a uma série de responsabilidade. Nós somos, além de tudo, a base intelectual e admirável na qual irá depender do progresso de uma estrutura que diariamente necessita de socorro, a que chamamos sociedade.É certo, então, que está na mão de vocês, estudantes, o destino de uma sociedade, de um país, de um mundo! E é por essa causa que inicia uma luta, uma luta que vem a ser o estímulo e o alerta que todos nós deveríamos repensar nesta data.Será que agimos realmente como cidadãos? Será que estamos atuando corretamente para produzirmos e mostrarmos do que somos capazes? Será que procuramos analisar antes de criticar e criticamos com bons argumentos? Será que temos a cara e a coragem para fazer, reivindicar, protestar e criticar sem nos ocultar?
PENSAR É UM ATO DE CORAGEM!
PARABÉNS PELO DIA DE VOCÊS E UM GRANDE BJO.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira


O projeto do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira é composto por duas usinas de grande porte: UHE Jirau (3.300 MW) e UHE Santo Antônio (3.150 MW). Por ser uma região de pouca exploração do potencial hidrelétrico, por encontrar-se numa planície quase ao nível do mar, torna-se, sem dúvida, uma das melhores opções para a ampliação de geração. De acordo com Castro (2007 – artigo da revista Custo Brasil) estes dois empreendimentos esbarram, no entanto, com problemas relacionados com a nova legislação ambiental e a falta de experiência em obras deste porte na região.


A importância destas usinas está assinalada nos estudos da EPE mostram que por volta de 2010 – 12 o país estará sob risco de escassez de eletricidade. O equilíbrio só será garantido, com as obras das usinas de Jirau e Santo Antônio no Madeira.


Os dois empreendimentos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o êxito do programa como um todo depende assim do planejamento e ampliação da capacidade de infra-estrutura.
O leilão da Usina de Santo Antônio já foi realizado e o consórcio de empresas que a construirá já se estabeleceu, de fato (trata-se do consórcio Madeiras Energias S/A - MESA, composto das seguintes empresas, com suas respectivas cotas de participação na construção e exploração da obra: FURNAS (39%), Odebrecht Investimentos (17,6%), Andrade Gutierrez Participações (12,4%), Cemig (10%), Construtora Norberto Odebrecht (1%) e Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (20%).

O rio em Porto Velho (RO)
Além das usinas de usinas de Jirau e Santo Antônio adicionarem ao sistema potência de 6.450 MW, ampliando consideravelmente a oferta nacional de eletricidade, ocorrerá uma ampliação física-geográfica do Sistema Interligado Nacional (SIN) com a construção de novas linhas de transmissão, que ampliarão e melhorarão a distribuição regional e nacional de energia elétrica. Trata-se do que Castro denominou de "avanço da fronteira elétrica", diminuindo o Sistema Isolado e os gastos com os encargos do CCC, um subsídio utilizado para diminuir o custo das tarifas das termoelétricas da região amazônica.


Conforme informações obtidas no sítio de Furnas [1] o perfil da obra é o seguinte:
Investimento: Aproximadamente R$ 9,5 bilhões.
Início de obra: Dezembro/2008.
Previsão de entrada em operação: Primeira e segunda unidades geradoras em dezembro de 2012 e a última em junho/2016.
Previsão de empregos gerados diretamente: 1.500 trabalhadores nos meses iniciais, até 4.500 trabalhadores nos 18 meses seguintes.

Média de 10.000 trabalhadores durante 2 anos e até 20.000 trabalhadores no pico da obra.


Área inundada: O espelho d'água a ser formado será de 271 Km², na elevação 70 m. Desse total, apenas 40% correspondem a novas áreas a serem inundadas; a maior parte, 60%, corresponde a própria calha do rio Madeira nesse trecho.
Impactos ambientais: Entre as novas áreas a serem inundadas e aquelas necessárias à implantação do canteiro de obras serão necessários retirar e aproveitar cerca de 15 Km² de matas. Em Rondônia são desmatados, por ano, algo próximo a 2.000 Km². Quanto aos peixes, os estudos demonstram que com os investimentos em mecanismo de transposição e ações de conservação não haverá alterações significativas na quantidade e na composição específica de peixes.
Compensação ambiental e social: Para o programa de compensação ambiental, que é obrigação legal, foi estimado, conforme a Resolução CONAMA 371/2006, 0,5% do valor do empreendimento. Isso corresponde a cerca de 47 milhões de reais. Já para o programa de compensação social, que refere-se a um compromisso do consórcio FURNAS/CNO, foi também estimado 0,5% do valor do empreendimento.

RIO MADEIRA




O rio Madeira é um rio da bacia do rio Amazonas, banha os estados de Rondônia e do Amazonas. É um dos afluentes do Rio Amazonas. Tem extensão total aproximada de 1 450 km.
Uma subespécie de boto habita em exclusivo o sistema fluvial do Madeira.


CURSO

O Rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio mamoré-guaporé e tornando-se o rio madeira e cujo o qual traça a linha divisória entre Brasil e Bolívia.


O rio Madeira recebe este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda as margens, trazendo troncos e restos de madeira das árvores.

O Rio Mamoré ao encontrar-se pela margem esquerda o rio Beni e se juntar a ele, forma o Rio Madeira. Da confluência, o Madeira faz a fronteira entre Brasil e Bolívia até o encontro deste rio com o rio Abunã. A partir daí, o rio segue em direção ao nordeste atravessando dezenas de cachoeiras até chegar a Porto Velho, onde se inicia a Hidrovia do Madeira. No delta do Madeira fica a Ilha Tupinambarana em uma região de alagados.


Entre a estação chuvosa e a seca o rio varia bastante de profundidade. Na estação seca, as águas do rio, que fluem em direção ao Amazonas, formam praias (de água doce, naturalmente) ao longo de suas margens. Neste período, no seu leito pode ser avistada a grande quantidade de pedras que ajudam a formar as corredeiras (ou cachoeiras, como os amazônidas costumam denominá-las).
Coincidente ou não com a estação chuvosa (dezembro a maio), ao mesmo tempo em que o rio enche com as águas das chuvas, em sentido contrário ao delta, é invadido pelas águas do Amazonas e sobe cerca de 17m , alagando todas as cachoeiras em seu leito até formar um espelho de água que tanto invade florestas como cobre as praias e toda a planície amazônica. Nesse momento, o rio Madeira deixa de ser um simples tributário do Rio Amazonas e se torna um canal de navegação dependente da "maré" desta confluência.
fONTE: WIKIPÉDIA



Aprovada exigência para que produção de biocombustíveis obedeça critérios socioambientais


- 07/08/2009

Local: Brasília - DF

Fonte: Agência Senado


A produção de biocombustíveis deverá ser realizada com a observação de critérios socioambientais, como a não utilização de trabalho infantil ou escravo e evitando o desmatamento de florestas ou vegetação nativa. A determinação está prevista em matéria aprovada nesta quinta-feira (6) pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e será agora encaminhada à análise da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), em decisão terminativa.


A exigência está sendo acrescentada por meio de parágrafo único à Lei 9.478/97, que dispõe sobre a Política Energética Nacional. Segundo explica o autor do projeto (PLS 213/09), senador Valdir Raupp (PMDB-RO), embora o Brasil detenha, no mundo, uma das mais avançadas tecnologias para a produção de biocombustíveis, essa produção tem sido alvo de críticas, "muitas vezes destituídas de fundamento".


- Temos sido acusados de expandir a produção de etanol e de biodiesel à custa da destruição da Floresta Amazônica, bem como do emprego de trabalho escravo e de trabalho infantil, o que, na maioria das vezes, não é verdade - afirmou Raupp, na justificativa ao projeto.
Para o senador por Rondônia, a medida mais eficaz para se combater essa propaganda, que prejudica o Brasil, é a elaboração de uma legislação que determine que a produção de biocombustíveis seja realizada em conformidade com adequados padrões socioambientais.


Em seu parecer favorável ao projeto, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) lembrou que o mercado mundial, especialmente o europeu, vem cada vez mais exigindo dos produtores de biocombustíveis a adoção e a prática de critérios socioambientais em sua cadeia produtiva.
- Essas garantias, para a grande maioria dos que as exigem, devem ser atestadas por meio de mecanismos confiáveis, capazes de assegurar que a utilização de processos agroindustriais para a produção desses combustíveis não vá de encontro aos princípios do desenvolvimento sustentável - justificou Goellner.


Ao elogiar o projeto, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) afirmou que a matéria está inteiramente em harmonia com o pensamento do Brasil sobre desenvolvimento sustentável. Para Paulo Duque (PMDB-RJ), é preciso zelar pelo futuro das crianças e extinguir, de vez, o trabalho escravo no Brasil.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quais as principais diferenças entre vírus e bactéria?


BACTÉRIA

ESTRUTURA Microrganismo unicelular com membrana e citoplasma, sem núcleo definido. Seu material genético, o ácido desoxirribonucleico (DNA), fica disperso. MODO DE VIDA Algumas são parasitas e causam doenças como a pneumonia e a cólera (veja a foto acima). Outras mantêm uma relação harmoniosa com os seres vivos, como as que vivem no intestino humano, auxiliando a digestão. Há ainda as que se alimentam de matéria orgânica morta. TAMANHO O diâmetro da maioria varia entre 0,2 e 2 micras (unidade que representa 1 milésimo de milímetro) e o comprimento entre 2 e 8 micras. Elas são visíveis a olho nu (se reunidas em colônias) ou com auxílio de microscópios ópticos.
SENSÍVEL A ANTIBIÓTICOS? Sim.

DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS:

Tuberculose
Haseníase
Difteria
Coqueluche
Pneumonia bacteriana
Escarlatina
Leptospirose
Tétano
Sífilis
Menigite meningocócica
Cólera
Febre Tifóide

VÍRUS

ESTRUTURA Microrganismo acelular. Os mais simples apresentam uma cobertura proteica que envolve seu material genético - o ácido desoxirribonucleico (DNA) ou o ribonucleico (RNA). MODO DE VIDA Todos são parasitas intracelulares. Alguns causam doenças em seres vivos, como a aids (veja a imagem acima, que representa o modelo do vírus HIV criado em computador), a gripe, o sarampo e a rubéola. TAMANHO Geralmente, eles são menores que as bactérias. O comprimento varia entre 20 e 1.000 namômetros (unidade que representa 1 milionésimo de milímetro). São visíveis somente com auxílio de microscópios eletrônicos.
SENSÍVEL A ANTIBIÓTICOS? Não.


DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS:
Hidrofobia (Raiva)
Hepatite Infecciosa
Caxumba
Gripe
Rubéola
Varíola
Sarampo
Febre Amarela
Aids

sábado, 1 de agosto de 2009

O PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA - 1850/1912

A Hevea Bralisiensis ( nome Científico da seringueira) já era conhecida e utilizada pelas civilizações da América Pré-Colombiana, como forma de pagamento de tributos ao monarca reinante e para cerimônias religiosas. Na Amazônia, os índios Omáguas e Cambebas utilizavam o látex para fazer bolas e outros utensílios para o seu dia-a-dia.

Coube a Charles Marie de La Condamine e François Fresneau chamar a atenção dos cientistas e industriais para as potencialidades contidas na borracha. Dela, podia ser feito, borrachas de apagar, bolas, sapatos, luvas cirúrgicas etc...

Precisamente no ano de 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de Vulcanização que consistia em misturar enxofre com borracha a uma temperatura elevada ( 140º /150º) durante certo número de horas, Com esse processo, as propriedades da borracha não se alteravam pelo frio, calor, solventes comuns ou óleos.

Thomas Hancock, foi o primeiro a executar com sucesso um projeto de manufatura de borracha em larga escala. Em 1833 surgiu a primeira indústria americana de borracha,a Roxbury Índia Rubber Factory, posteriormente outras fábricas se instalaram na Europa.

Com o processo de vulcanização, as primeiras fábricas de beneficiamento de borracha e com a indústria automobilística surgindo nos Estados Unidos ( Henry Ford- carros Ford T-20) possibilitou o crescimento da produção de borracha nos seringais amazônicos. A região amazônica era uma área privilegiada por ter diversos seringais.

Apesar desse surto econômico favorável para a Amazônia brasileira, havia um sério problema para a extração do látex, a falta de mão-de-obra, o que foi solucionado com a chegada à região de nordestinos ( Arigós) que vieram fugindo da seca de 1877 e, com o sonho de enriquecer e voltar para o nordeste. A grande maioria cometeu um ledo engano, pois encontraram uma série de dificuldades como: Impaludismo ( Malária), índios e , sobretudo, a exploração dos seringalistas, o que impossibilitou a concretização deste sonho.

Em relação ao número de nordestinos que vieram para a Amazônia brasileira, há uma divergência entre os diversos historiadores amazônicos. Alguns chegam a escrever que vieram 300.000 nordestinos e outros, 150.000 nordestinos nesse ciclo.

A exploração dos seringalistas sobre o seringueiro é evidente neste período. Os seringalistas compravam das Casas Aviadoras, sediadas em Belém do Pará e Manaus os mantimentos para os seringais e, pagavam a essas casas, com a produção de borracha feita pelos seringueiros, que , por sua vez, trabalhavam exaustivamente nos seringais para poder pagar sua dívida contraída nos barracões dos seringais. Os seringueiros dificilmente tinham lucro, porque eram enganados pelo gerente ou pelo seringalista, esse sim, obtinha lucro e gastava o dinheiro em Belém do Pará, Manaus ou Europa.

Os seringais amazônicos ficavam às margens de rios como: Madeira, Jaci-Paraná, Abunã, Juruá, Purus, Tapajós, Mamoré, Guaporé, Jamary etc...

Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou 70.000 sementes de seringueiras da região situada entre os rios Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, na Inglaterra. Mais de 7.000 sementes brotaram nos viveiros e poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o Ceilão e Malásia.
Na região asiática as sementes foram plantadas de forma racional e passaram a contar com um grande número de mão-de-obra, o que possibilitou uma produção expressiva, já nom ano de 1900. Gradativamente, a produção asiática vai superando a produção amazônica e, em 1912 há sinais de crise, culminando em 1914, com a decadência deste ciclo na Amazônia brasileira.
Para a economia brasileira , este ciclo teve suma importância nas exportações, pois em 1910, a produção de borracha representou 40 % das exportações brasileiras.
Para a Amazônia, o 1º Ciclo da Borracha foi importante pela colonização de nordestinos na região e a urbanização das duas grandes cidades amazônicas: Belém do Pará e Manaus.

ECONOMIA - Por causa da crescente demanda internacional por borracha, a partir da segunda metade do século XIX, em 1877, os seringalistas com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de Manaus e Belém, fizeram um grande recrutamento de nordestinos para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus.

- De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento do emprego de mão-de-obra.

- O Acre chegou a ser o 3° maior contribuinte tributário da União. A borracha chegou a representar 25% da exportação do Brasil.

- Como o emprego da mão-de-obra foi direcionado à extração do látex, houve escassez de gêneros agrícolas, que passaram a ser fornecidos pelas Casas Aviadoras.

Sistema de Aviamento - Cadeia de fornecimento de mercadorias a crédito, cujo objetivo era a exportação da borracha para a Europa e EUA. No 1° Surto, não sofreu regulamentações por parte do governo federal. AVIAR= fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto.

- O Escambo era usual nas relações de troca - as negociações eram efetuadas, em sua maioria, sem a intermediação do dinheiro.

- Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão, a começar pelo fornecimento das passagens.

- Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material logístico necessários à produção da borracha e à sobrevivência do seringueiro. Portanto, já começava a trabalhar endividado. Nessas condições, era quase impossível o seringueiro se libertar do patrão. "O sertanejo emigrante realiza ali, uma anomalia, sobre a qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se". Euclides da Cunha.

SOCIEDADE (Seringalista x Seringueiro)

Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais de produção. Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista morava.

Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área, localizava a casa do seringueiro e as "estradas" de seringa. Um seringal possuía várias colocações.

Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e traziam pélas de borracha para o barracão.

Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais acreanos.

Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se aclimatar à vida amazônica.

Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebiam financiamento das Casas Aviadoras.

Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e formavam as pélas de borracha.
Gerente: "braço-direito" do seringalista, inspecionava todas as atividades do seringal.

Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava tudo o que entrava e saía.

Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha. Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a borracha ao seringalista.

Mateiro: identificava as áreas da floresta que continha o maior número de seringueiras.

Toqueiro: Abriam as "estradas". Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça.

Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao seringalista.

Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço mais baixo que os do barracão.

Adjunto: Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo.
- Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca alimentação.
- Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos;
- Predominância esmagadora do sexo masculino.
- A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão.

CRISE (1913)

- Em 1876, sementes de seringa foram colhidas da Amazônia e levadas a Inglaterra por Henry Wichham. - As sementes foram tratadas e plantadas na Malásia, colônia inglesa.
- A produção na Malásia foi organizada de forma racional, empregando modernas técnicas, possibilitando um aumento produtivo com custos baixos.
- A borracha inglesa chegava ao mercado internacional a um preço mais baixo do que a produzida no Acre. A empresa gumífera brasileira não resistiu à concorrência Inglesa. - Em 1913, a borracha cultivada no Oriente (48.000 toneladas) superava a produção amazônica (39.560t). Era o fim do monopólio brasileiro da borracha.
- Com a crise da borracha amazônica, surgiu no Acre uma economia baseada na produção de vários produtos agrícolas como mandioca, arroz, feijão e milho.
- Castanha, madeira e o Óleo de copaíba passaram a ser os produtos mais exportados da região. - As normas rígidas do Barracão se tornaram mais flexíveis. O seringueiro passou a plantar e a negociar livremente com o regatão.
- Vários seringais foram fechados e muitos seringueiros tiveram a chance de voltar para o nordeste.
- Houve uma estagnação demográfica; - Em muitos seringais, houve um regresso a economia de subsistência.

CONSEQÜÊNCIAS
- Povoamento da Amazônia.
- Genocídio indígena provocado pelas "correrias", ou seja, expedições com o objetivo de expulsar os nativos de suas terras.
- Povoamento do Acre pelos nordestinos;
- Morte de centenas de nordestinos, vítimas dos males do "inferno verde".
- Revolução Acreana e a conseqüente anexação do Acre ao Brasil (1889-1903);
- Desenvolvimento econômico das cidades de Manaus e Belém;
- Desenvolvimento dos transportes fluviais na região amazônica;

fONTE: Eduardo de Araújo Carneiro, licenciado em História pela UFAC, concludente do Curso de Economia/UFAC e está se especializando em linguística e literatura da Amazônia. É professor de História do Universo Pré-Vestibular no Acre.