* Do alto da torre, é possível ver Paris, a cidade que não precisa de sol para ser bela...
A torre, que também é conhecida como Dama de Ferro, tem uma controvérsia em relação à idade: há quem diga que o aniversário é em 31 de março, data em que Gustav Eiffel levou um grupo de pessoas para vê-la. Mas a data oficial é 15 de maio, quando foi aberta ao público. A torre surgiu de sonhos de grandeza. A cidade sediou a exposição universal de 1889, para comemorar os 100 anos da Revolução Francesa. Além dos prédios da exposição, queria algo inesquecível, impressionante: uma torre de 300 metros. Em um concurso, projetos neogóticos, faróis sem charme foram descartados. Venceu a proposta de um empreendedor que já fazia fama no mundo: Gustav Eiffel era a síntese do homem de seu tempo, como uma exposição comemorativa na prefeitura de Paris mostra bem. A construção em estrutura metálica era um grande avanço, tornado possível pela Revolução Industrial.
O mundo estava cheio de novidades: descobria o telefone, a lâmpada. E Gustav Eiffel oferecia os atalhos, as obras de arte da engenharia – até para terras distantes da América do Sul, como um projeto para São Paulo. A torre era também um resumo da França colonialista, a França do progresso. Dois milhões de pessoas subiram a torre no primeiro ano. Alguns, já de elevador - pela primeira vez usado em uma estrutura tão grande. O sucesso fez de Eiffel uma estrela instantânea, que aparecia nos suvenires da feira. As formas da torre eram imitadas em todo tipo de objeto, mas ela não era unânime. Liderados por Guy de Maupassant, intelectuais e artistas tentaram impedir a construção do que achavam um monstrengo. Terminada a exposição, ela deveria ser desmontada. Mas Eiffel conseguiu perpetuar seu monumento convencendo militares da sua importância estratégica. Anos depois, conseguiu impedir que fosse desfigurada com projetos – esses sim – esdrúxulos para outra exposição, a de 1900.
Assim, a torre foi avançando as décadas. Um símbolo tão forte de Paris e da França, que foi nela que os nazistas marcaram sua ocupação. É perto dela que estouram os fogos do 14 de julho. É aos seus pés que a multidão espera o ano novo. Volta e meia, ela se enfeita de luz, para comemorar um evento, ou um momento - como o azul profundo da União Europeia, durante a presidência francesa, no ano passado. Mas, no centro da cidade-luz, com seu farol, no dia a dia, ela exibe uma elegância mais discreta. Uma luz quente, que ressalta as curvas e o sofisticado trabalho de metal. De hora em hora, na hora cheia, por 10 minutos, há a explosão de luzes para celebrar que uma nova hora se passou.
Hoje, a torre chega aos 324 metros graças às antenas de rádio e de TV no alto. Mas a sua grande utilidade ainda é provocar admiração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário