sábado, 21 de março de 2009

A nova ortografia

Trema – desaparece em todas as palavras
Antes
Freqüente, lingüiça, agüentar
Agora
Frequente, linguiça, aguentar

* Fica o acento em nomes como Müller

Acentuação:
a) some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte)
Antes
idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia, estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia
Agora
ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia

* Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque têm a última sílaba mais forte)

b) some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas
Antes
Baiúca, bocaiúva, feiúra
Agora
Baiuca, bocaiuva, feiura

* Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí

c) some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos)
Antes
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos
Agora
Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos


d) some o acento diferencial
Antes
Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa
Agora
Para, pela, pelo, polo, pera, coa

* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo


e) some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar
Antes
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você
Agora
Averigue, apazigue, ele argui, enxague você

Observação: as demais regras de acentuação permanecem as mesmas


Hífen – veja como ficam as principais regras do hífen com prefixos:
Usa-se hífen

I- Com prefixos

1) Nos vocábulos formados com todos os prefixos, quando o segundo elemento começar com h:
anti-higiênico, arqui-hipérbole, co-herdeiro, extra-hepático, geo-história, macro-história, mini-hotel, neo-humorismo, sobre-humano, super-homem, etc

Exceção: subumano (o segundo elemento perde o h).


2) Nos vocábulos em que o prefixo termina por vogal, e o segundo elemento começa com a mesma vogal:

Ex.: Ex.: anti-ibérico, arqui-inimigo, auto-observar, contra-ataque, eletro-ótica, infra-assinado, micro-ondas, semi-interno, supra-axilar.

Observação: O prefixo co-, aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo que este comece por o: cooperação, coordenação.

3) Nos vocábulos com os prefixos circum- e pan-, cujo segundo elemento começar por m, n ou vogal:
Ex.:circum-navegação, pan-americano, circum-escolar.


4) Nos vocábulos com os prefixos hiper-, inter- e super, quando o segundo elemento iniciar por r:
Ex.: hiper-racional, inter-regional, super-real.


5) Nos vocábulos com os prefixos tônicos pós-, pré- e pró- (acentuados graficamente):
Ex.: pós-graduado, pré-adolescente, pró-americano.


6) Nos vocábulos com os prefixos ex-(quando significa estado anterior), sota-, soto- e vice:
Ex.: ex-marido, sota-ministro (vice-ministro), soto-piloto, vice-presidente.


7) Nos vocábulos com o prefixo sub-, quando o segundo elemento começar por b ou r:
Ex.: sub-base, sub-raça.


II - Com sufixos

8) Nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani com valor de adjetivo, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento terminar em vogal acentuada ou quando a pronúncia assim o exigir:
Ex.: capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim.


III- Com: além, aquém, recém, sem

9) Como primeiro elemento do vocábulo:
Ex.: além-mar, aquém-fronteira, sem-teto.


IV – Com bem

10) Como primeiro elemento do vocábulo em que o segundo elemento é começado por vogal ou h:
Ex.: bem-educado, bem-humorado.

Observações:
1) Quando o segundo elemento não for iniciado por p nem b, pode não haver aglutinação:
Ex.: bem-vindo; bem-criado, bem-falante, bem-visto.

2) Muitos são os casos em que o bem aparece aglutinado com o segundo elemento:
Ex.: benfeitor, benquerença, benfazejo, etc.


V- Com mal

11) Como primeiro vocábulo, se o segundo elemento começar por vogal ou h:
Ex.: mal-estar, mal-humorado.


VI – Nas palavras compostas

12) Que adquirem novo significado, mantendo o acento próprio:
Ex.: primeiro-ministro, decreto-lei, amor-perfeito, guarda-noturno.

13)Que designam espécies botânicas e zoológicas:
Ex.:bem-te-vi, couve-flor, andorinha-do-mar, batata-inglesa, feijão-verde.


VII – Para ligar duas ou mais palavras

14) Que ocasionalmente se combinam, formando encadeamentos vocabulares:
Ex.: ponte Rio-Niterói, ligação Angola-Moçambique.


Não se usa hífen

I – Com prefixos

1) Nos vocábulos com os prefixos des- e in-.
Se o segundo elemento começar por h, essa letra cai:
Ex.: desumano, inábil.

2) Nos vocábulos em que o prefixo termina em vogal, e o segundo elemento inicia por vogal diferente:
Ex.: antiaéreo, autoescola, coautor, autoinstrução, extraescolar, infraestrutura.


3) Nos vocábulos em que o prefixo termina por vogal, e o segundo elemento começa por letra diferente de r ou s:
Ex.: anteprojeto, supermercado, microcomputador, autopeça.


4) Nos vocábulos em que o prefixo termina em vogal, e o segundo elemento inicia por r ou s. Nesse caso, essas letras serão duplicadas:
Ex.: antirreligioso, contrarregra, minissaia, contrassenso, microssistema, multissecular.

II - Nas locuções

5) Substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas e conjuncionais:
Ex.: fim de semana, cor de vinho, nós mesmos, depois de amanhã, a fim de, uma vez que.

Observação: Há exceções de casos consagrados pelo uso:
Ex.: água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, à queima-roupa.


O período de adaptação às novas regras é de quatro anos, ou seja, até 2012, tanto as normas antigas quanto as novas valem para qualquer situação. Independente de qualquer reforma oficial, o português falado no Brasil está sempre sendo modificado, moldado no dia-a-dia pelas necessidades dos usuários, e não, pelas regras gramaticais ou por acordos ortográficos,mas ecrever corretamente em muito o ajudará,pois a escrita formal em produções de texto e na vida profissional se faz necessário.

Referências:
REFORMA ortográfica da língua portuguesa: guia prático. Mercado Editorial, 2008. TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. São Paulo: Melhoramentos, 2008.

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