domingo, 29 de março de 2009

As crianças e a violência na Televisão


"Há uma ligação óbvia entre a ocorrência de violência na Sociedade e a tematização e representação da mesma na midia. Mas qual a natureza da ligação? Que causalidade é envolvida? A mídia espelha simplesmente a violência real da sociedade? Ou causam-na e contribuem para ela?
Uma mensagem preocupante que a Televisão nos vende progressivamente é a de que a violência é aceitável. A Televisão diz que a violência é trivial, lugar comum, de todos os dias, mundana. Faz parte da vida, é normal. É parte da nossa cultura moderna. E também pode ser divertida (de uma forma doentia e irônica).
A Televisão também ensina algo ainda mais corruptível – que a inteligência está fora de moda e que a força bruta é que está a dar. A moralidade está ultrapassada. Os policiais são estúpidos e os criminosos é que são os espertos. Há uma selva lá fora, envolvendo homens, mulheres e crianças e, no entanto, está tudo bem.
Vivemos numa era de crimes progressivos de violência contra pessoas e propriedades, desde o abuso de crianças a esposas (ou maridos), violência nos jogos de futebol, vandalismo contra idosos ou outras pessoas indefesas por um simples punhado de moedas.
A Televisão é simplesmente a nossa maior influência. Muitos jovens praticaram milhares de crimes representados na Televisão quando atingiram a idade de 18 anos. Não é despropositado assumir, fazendo um balanço de probabilidade, que esta preocupação com a violência está intimamente ligada a efeitos prejudiciais.


A violência na Televisão é enfeitiçadora e memorável. Uma cena que dura apenas alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser recordada a longo prazo mais do qualquer outra cena da história. A violência possui uma mensagem muito contagiosa e produz frequentemente um efeito direto.As crianças imitam frequentemente as cenas violentas dos filmes.

As crianças imitam o que veem. Elas transformam isso em jogos, magoando outras crianças. A violencia brutaliza. Torna as pessoas rudes e deprime os outros. O seu impacto é aniquilador e corruptível. A violência na Televisão não é só agressão infantil física ou verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas diretas e sérias de agressão. Por exemplo, disparar um revólver sobre alguém, atacar uma vítima com um faca, atear fogo num edifício, cortar alguém com uma garrafa partida são cenas drásticas produzidas para dar efeitos visuais.A arma de fogo é um dos instrumentos mais presentes nos filmes de violência.

Alguns produtores de Televisão, diretores de filmes, riem das preocupações acerca da violência. Dizem: "É realista. Reflete a realidade. É o que os espectadores querem. Não precisa de ver isso, precisa? Pode sempre desligar o televisor".
Mas não se tem muita escolha, principalmente quando estas cenas não são esperadas. Não se compra um televisor para mantê-lo desligado. Não se pode "desligar" a mente ou abster-se de algo desagradável que está a ser transmitido a cada momento. Os pais não podem estar presentes a todo o instante para assistir com as crianças aos programas infantis durante as horas que elas dispõem, nem devem."

A prevalência da violência na sociedade é um problema complexo que não será resolvido facilmente. Investigadores referem constantemente que a violência na mídia é apenas uma manifestação do grande fascínio da sociedade pela violência. Contudo, a violência na mídia não é apenas um reflexo da violência na sociedade, é também um contributo. Se a nossa nação deseja produzir gerações futuras de adultos produtivos que rejeitem a violência como um meio de resolver problemas, temos de reafirmar o papel vital do Governo em proteger os seus cidadãos mais vulneráveis e, juntos, trabalhar para que a mídia faça parte dessa solução.


Fonte: Ana Lúcia de Oliveira Morais
4º Ano do Curso de Comunicação Social


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