segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Vestibular seleciona quem tem melhor conhecimento?

A UNIR divulgou resultado da segunda fase dia 23.01 e embora os processos para ingresso aos cursos de graduação das universidades tanto pública quanto privada estejam suscetíveis a críticas, devido ao próprio modelo que se vem adotando ultimamente , o vestibular muitas vezes acaba não cumprindo o seu objetivo. E mais do que isso: permite um diagnóstico da situação atual do ensino. Os números, as estatísticas, que sugerem precisão na forma de avaliar, têm as suas falácias: por exemplo, se o ponto de corte de um determinado curso é 70 acertos, o candidato que obtiver 69 estará fora da universidade. Perguntamos: o que representa, concretamente, esse ponto que faltou ao candidato no vasto campo do conhecimento? Outra: quem dentre os dois candidatos acertou mais questões no "chute", que também faz parte do "jogo"?
Suponhamos que o candidato atingiu o ponto de corte, está selecionado e vai para a segunda fase dependendo da redação. Então vem a regra determinando que, para ingressar na universidade, o candidato precisa obter, no mínimo, nota 1,0 na redação. Convenhamos, quem tira 1,0 na redação, numa escala de 0 a 5, não sabe escrever.Então porque o aluno que tirou 1,0 entrou para a universidade e o que tirou 4,5 não conseguiu? Não é a redação parte eliminatória do vestibular? Injustiça???Esses são dois problemas relativos ao modelo adotado, que cobra os conteúdos escolares sem muito critério. Se tomarmos o ensino de português como exemplo, vamos verificar que são aulas e aulas tanto no primeiro quanto no segundo ano de conteúdo gramatical - antes era a gramática da frase, hoje é a do texto - para o candidato "devolver" tudo no vestibular, acreditando que, ao introjetar as regras ou o conteúdo teórico, o aluno estará aprendendo a língua,muitas vezes sem ter produzido um texto sequer no decorrer desses 2 anos começando a produzir somente no terceiro ano - isto é ,quando encontra educadores conscientes. E a prática como fica? - aprendemos a escrever, escrevendo. Não basta só teoria gramatical ou dizer ao aluno, por exemplo, que um texto tem introdução, desenvolvimento e conclusão. A escola deve ensinar como se faz e isso deve ser um compromisso de todas as disciplinas,não só na língua portuguesa.

Como resposta à pergunta acima e descontando os problemas referentes ao modelo de avaliação, o vestibular seleciona melhor os que tem conhecimento - vamos dizer assim - nos cursos com maior relação candidato-vaga, com maior concorrência. Mas é injusto para com aqueles que tiraram 6,0/7,0 na média total não conseguindo entrar enquanto que em cursos de menor concorrência,alunos com média 3,0 conseguiram. Porém, se a nota mínima exigida para redação na segunda fase no vestibular fosse 7 em todos os cursos numa escala de 0 a 10, a universidade não preencheria todas as suas vagas, o que revelaria, com mais evidência, a atual crise do ensino no país.Precisamos lutar pela mudança na educação e nos vestibulares,pois os critérios adotados não são justos para com os alunos que detêm mais conhecimento.

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