Até que ponto o Estado pode restringir liberdades
individuais, em sociedades democráticas, para garantir a segurança dos
cidadãos? Esta antiga questão política voltou a ser debatida na semana passada,
quando o governo do Estado de São Paulo iniciou um novo programa de internação
involuntária e compulsória de viciados em crack. As drogas, de um modo geral,
são um tema sempre em pauta no noticiário brasileiro e, entre elas, o crack,
cuja ação é devastadora, tem se destacado nos últimos anos. É bom lembrar que a
intervenção das autoridades na Cracolândia paulista começou há um ano. A
questão se relaciona com o crime organizado, outro tema muito presente na
sociedade brasileira.
Por outro
lado a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) disse , durante evento de
prefeitos em Brasília, que é necessário "acabar com a falsa polêmica"
sobre as internações de viciados em crack, compulsórias ou não.
"Quando for necessária internação compulsória, colocando em risco outras pessoas, e não tiver condição de discernir, Estado e família têm que entrar, essa é a regra", disse a ministra.
Segundo o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), o importante é discernir traficante de usuário.
"[Para] o traficante, ação policial; [para] o usuário, tratamento e reinserção", defendeu.
Ao lado de Cardozo e da ministra Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), Gleisi anunciou que o programa "Crack, é possível vencer", do governo federal, será ampliado com possibilidade de, a partir deste, firmar parcerias com os municípios.
Como a
polêmica que se levanta agora está relacionada à intervenção supostamente
indevida do Estado na vida do cidadão, vale a pena compreender as bases do
sistema democrático.
Entretanto
a população deve estar ciente que o crack tem
um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao
cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e
efêmero, segue-se a urgência da repetição. Além de se tornarem alvo de doenças
pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à
violência e a situações de perigo que também podem matá-lo.Entre as conseqüências
principais estão:
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Em São
Paulo os manifestantes cobram do governo de São Paulo uma política humanitária
no combate às drogas e avaliam que a internação compulsória não é eficaz no
tratamento de dependentes químicos.
O padre
Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, considera que a iniciativa do
governo estadual é “drástica” e não eficaz. Segundo ele, o governo de São paulo
deveria colocar assistentes sociais e psiquiatras nas periferias de São Paulo,
e não concentrar o atendimento em um único centro de referência.
- Há uma
carência de atendimento social na cidade. Essa é uma medida drástica e bombástica,
que quer facilitar algo que é ineficaz - criticou o padre.
O padre
Raniel, da Fraternidade do Caminho, considera que a medida é opressora e atenta
contra a dignidade do dependente químico e o seu livre arbítrio. Para ele, é
necessário dar o poder de escolha ao dependente químico.
- A
igreja quer respeitar a dignidade do ser humano. Que ele tenha o poder de
escolha, que ele possa se recuperar da dependência química - afirmou o padre
Raniel.
"Quando for necessária internação compulsória, colocando em risco outras pessoas, e não tiver condição de discernir, Estado e família têm que entrar, essa é a regra", disse a ministra.
Segundo o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), o importante é discernir traficante de usuário.
"[Para] o traficante, ação policial; [para] o usuário, tratamento e reinserção", defendeu.
Ao lado de Cardozo e da ministra Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), Gleisi anunciou que o programa "Crack, é possível vencer", do governo federal, será ampliado com possibilidade de, a partir deste, firmar parcerias com os municípios.
Fonte: http://educacao.uol.com.br
Jornal de Santa Catarina e A Notícia
veja.abril.com.br/infograficos/efeitos-crack
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