sábado, 26 de fevereiro de 2011

O IPCC

O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) estabelecido em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambientemudanças climáticas. Seus impactos potenciais e opções de adaptação e mitigação. É um órgão intergovernamental aberto para os países membros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (PNUMA) para fornecer informações científicas, técnicas e sócio-econômicas relevantes para o entendimento das (OMM).
O IPCC não realiza novas pesquisas nem monitoriza dados relacionados a mudança climática nem recomenda políticas climáticas.

É um órgão composto por delegações de 130 governos para prover avaliações regulares sobre o problema. Nasceu em 1988, da percepção de que a ação humana estaria exercendo uma forte influência sobre o clima do planeta e da necessidade de acompanhar esse processo. Desde então, o IPCC tem publicado diversos documentos e pareceres técnicos. O Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente de 2007 gerou muita polêmica, porque, pela primeira vez, os cientistas reunidos no IPCC demonstraram grande confiança em que a mudança climática se deve à ação humana, sobretudo através da emissão de gases como o dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4), que causam o efeito estufa. O IPCC estima que até o fim deste século a temperatura da Terra deve subir entre 1,8ºC e 4ºC, o que aumentaria a intensidade de tufões e secas. Nesse cenário, um terço das espécies do planeta estaria ameaçada.



O Brasil e o IPCC
Em seu segundo relatório, o IPCC alerta que partes da Amazônia podem virar savana. Em entrevistas com jornalistas, cientistas disseram que entre 10% e 25% da floresta poderia desaparecer até 2080. O órgão concluiu que existe uma possibilidade de 50% de que a maior floresta tropical do mundo se transforme parcialmente em cerrado. Há riscos também para o Nordeste brasileiro, que poderia ver, no pior cenário, até 75% de suas fontes de água desaparecerem até 2050. Os manguezais também seriam afetados pela elevação do nível da água.

As conclusões do IPCC sofrem influência política?

O IPCC procura se constituir com base em seu caráter técnico e científico, mas está sujeito à ação de grupos de interesse e às pressões políticas. Principalmente nos resumos destinados aos aos formuladores de políticas públicas, divulgados junto com os relatórios. A repercussão das conclusões do IPCC e a ampla cobertura que a mídia em todo o mundo tem dado ao assunto, especialmente por causa do trabalho do grupo, colocou definitivamente a mudança climática entre as grandes questões mundiais e um dos principais temas da agenda política em diversos países.

Verdades inconveninentes

Nos últimos anos, a discussão sobre o aquecimento global e suas consequências se tornou onipresente entre governos, empresas e cidadãos. É louvável que todos queiram salvar o planeta, mas o debate sobre como fazê-lo chegou ao patamar da irracionalidade. Entre cientistas e ambientalistas, estabeleceu-se uma espécie de fervor fanático e doutrinário pelas conclusões pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU. Segundo elas, ou se tomam providências radicais para cortar as emissões de gases do efeito estufa decorrentes da atividade humana, ou o mundo chegará ao fim do século XXI à beira de uma catástrofe. Nos últimos três meses, numa reviravolta espetacular, a doutrina do aquecimento global vem se desmanchando na esteira de uma série de escândalos. Descobriu-se que muitas das pesquisas que dão sustentação aos relatórios emitidos pelo IPCC não passam de especulação sem base científica. Pior que isso: os cientistas que conduzem esses estudos manipularam dados para amparar suas conclusões.

O primeiro abalo na doutrina do aquecimento global se deu no fim do ano passado, quando um grupo de hackers capturou e divulgou mais de 1.000 e-mails trocados entre cientistas ligados à Universidade de East Anglia, na Inglaterra, o principal centro mundial de climatologia. As mensagens revelam que cientistas distorceram gráficos para provar que o planeta nunca esteve tão quente nos últimos 1.000 anos. As trocas de e-mails também mostraram que os climatologistas defensores da tese do aquecimento global boicotam os colegas que divergem de suas opiniões, recusando-se a repassar dados das pesquisas que realizam. Os e-mails deixam claro, ainda, que o grupo dos catastrofistas age para tentar impedir que os céticos (como são chamados os cientistas que divergem das teses do IPCC) publiquem seus trabalhos nas revistas científicas mais prestigiadas.
[O dogma derrete antes das geleiras]

Acima do tom

A reputação do IPCC sofreu um abalo tectônico no início do ano, quando se descobriu um erro grosseiro numa das pesquisas que compõem seu último relatório, divulgado em 2007. O texto afirma que as geleiras do Himalaia podem desaparecer até 2035, por causa do aquecimento global. O derretimento teria consequências devastadoras para bilhões de pessoas na Ásia que dependem da água produzida pelo degelo nas montanhas. Os próprios cientistas que compõem o IPCC reconheceram que a previsão não tem o menor fundamento científico e foi elaborada com base em uma especulação. O mais espantoso é que essa bobagem foi tratada como verdade incontestável por três anos, desde a publicação do documento.

Não demorou para que a fraude fosse creditada a interesses pessoais do presidente do IPCC, o climatologista indiano Rajendra Pachauri, cuja renúncia vem sendo pedida com veemência por muitos cientistas. Pachauri é diretor do instituto de pesquisas Teri, de Nova Délhi, agraciado pela Fundação Carnegie, dos Estados Unidos, com um fundo de meio milhão de dólares destinado a realizar pesquisas... nas geleiras do Himalaia. A mentira sobre o Himalaia já havia sido denunciada por um estudo encomendado pelo Ministério do Ambiente da Índia, mas o documento foi desqualificado por Pachauri como sendo "ciência de vodu". Os relatórios do IPCC são elaborados por 3 000 cientistas de todo o mundo e, por enquanto, formam o melhor conjunto de informações disponível para estudar os fenômenos climáticos. O erro está em considerá-lo infalível e, o que é pior, transformar suas conclusões em dogmas. 

O Jornalista Marcelo Leite na Folha.com escreveu sobre o assunto destacando que:

"Em meio a uma guerra de comunicação sobre um erro crasso no Quarto Relatório de Avaliação (AR4, de 2007), Pachauri comportou-se com arrogância, pondo em risco a credibilidade amealhada pelo IPCC ao longo de duas décadas. Tratava-se da previsão do AR4 de que as geleiras do Himalaia poderiam desaparecer até 2035, uma bobagem isolada e irrelevante para abalar a conclusão de que o aquecimento global é inequívoco e parte dele é provocado pelo homem ("antropogênico", no jargão da mudança do clima).
O indiano demorou a responder e não reconheceu de imediato o erro, nem se desculpou logo por ele. Agora tem de aturar a dissecação do episódio pelo comitê. Dois de 12 revisores do trecho haviam apontado inconsistências e falhas de referência (a fonte era uma relatório da ONG ambiental WWF, e não um trabalho científico convencional), mas foram ignorados por autores e editores do relatório.
Em favor do IPCC, diga-se que a necropsia só se tornou possível porque tudo está documentado. Em seu desfavor, que tal negligência só se tornou possível porque os autores principais dos capítulos dos relatórios de avaliação têm a palavra final sobre o texto, uma largueza que precisa ser corrigida (a função crucial do revisor consciencioso é garantir que todas as observações críticas sejam resolvidas ou respondidas).
Diante dessas e de outras cincadas, conclui-se que a proposta do comitê auditor de criar um comitê executivo e o cargo de diretor executivo, abaixo do presidente do painel, todos com mandatos vinculados ao período de produção de um novo relatório (6 anos), constitui uma indireta para Pachauri pegar o boné. Ele comanda o IPCC desde 2002 e tem mandato até que saia o quinto relatório, em 2013 ou 2014. Nega que vá renunciar, mas isso pode ocorrer na próxima reunião dos representantes dos 194 países do painel, em outubro.
A auditoria das academias faz uma série de outras recomendações para aperfeiçoar o processo de avaliação bizantino, que implica examinar até 90 mil referências e comentários de colaboradores (também na casa dos milhares). Por exemplo, ter mais critério e transparência na escolha dos especialistas que contribuem na elaboração dos relatórios e da literatura que será considerada.
"Transparência" é uma palavra bonita, mas precisa ser traduzida em termos práticos. Não basta documentar os procedimentos internos do IPCC. Na era da internet e das páginas tipo "wiki", todos os documentos gerados nas várias fases do processo deveriam ser postos de imediato à disposição do público na rede mundial de computadores, para escrutínio amplo. O comitê das academias não foi tão longe.
Só especialistas credenciados, proponho, teriam meios de fazer contribuições diretas ao texto do relatório, ao longo das revisões sucessivas, mas precisariam pôr suas minutas e seus argumentos sob os olhos de todos, não só dos colegas de IPCC. O próprio credenciamento teria de ser feito assim, de forma aberta. Os "termocéticos" (negacionistas do aquecimento global antropogênico) e jornalistas investigativos encontrariam aí material farto para vigiar de perto os trabalhos e denunciar a tempo, na esfera pública, as falhas que encontrarem.
Sem uma alteração radical como essa nos procedimentos, com ou sem Pachauri, o painel permanecerá sob o risco de ser incluído no dito atribuído a Otto von Bismarck (1815-1898): leis e relatórios do IPCC são como salsichas -é melhor não saber como são feitos.(Marcelo Leite - folha.com)

Leia mais:
 Efeito Estufa
Grupos de Trabalho - IPCC
Mudanças Climáticas
UNFCCC - Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
Impactos resultantes das mudanças climáticas.







Um comentário:

  1. Em uma reunião da ONU foi afirmado que se o Brasil investisse cerca de 5% do PIB em pesquisas e elaboração de remédios naturais, em aproximadamente 15 anos o Brasil se tornaria o país mais rico do mundo. E ainda disse que a Amazônia deveria se tornar em um patrimônio internacional, pois o Brasil não estava sabendo administrar esse patrimônio,entretanto Chico Buarque argumentou com eles que os Estados Unidos que se considera uma grande potência, hoje só tem cerca de 2% de suas florestas originais, porque então não transformar por exemplo Nova Yorque em patrimônio internacional também, Londres, Hong Kong, já que queriam se apoderar do bem mais precioso do Brasil, porque não tornava os seus bens mais preciosos em patrimônio de todos. Por isso que os nossos políticos tevem ser precionados ante esse novo código florestal que prever uma maior destruição ambiental na Amazônia, essa lei é o cumulo de um país que quer se tornar rico, um verdadeiro absurdo, pois ela só traz benecifio ao agronegocio, que terá maior liberdade de desmatamento, sem precisar reflorestar. Até quando iremos ficar calados e esperar o pior acontecer, sendo que podemos agir contra essa irresponsabilidade. Mais se você quiser cruzar os braços, não reclame quando sua casa for levada por um furacão, quando você não aguenta a temperatura ambiente, quando seu neto pedir água e você não tiver para dar, faça como você fez durante todos esse anos continue de braços cruzados.

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