terça-feira, 20 de julho de 2010

ENEM para aluno indígena

MEC planeja Enem próprio para aluno indígena

Sarah Fernandes
Depois de uma escola indígena do Amazonas ter ficado com a nota mais baixa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, o Ministério da Educação (MEC) prevê acelerar o projeto que cria uma avaliação específica para escolas indígenas. A ideia é aplicar uma prova na língua tradicional dos povos e que leve em conta as diferenças de cultura.

“É uma modalidade que abrange interculturalidade, educação bilíngue e tem que dar conta dos valores, do conhecimento e da história tradicional”, explica a subcoordenadora de políticas indígenas do MEC, Susana Martelleti. “É preciso criar um sistema de avaliação bilíngue, adaptado para essa modalidade”.

A necessidade de avaliações próprias para as escolas indígenas foi levantada durante a Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, realizada em novembro de 2009. A ideia é que seja criada uma comissão do MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para discutir a estruturação da prova.

Barreiras

O idioma foi uma das barreiras dos alunos da Escola Estadual Indígena D. Pedro I, último lugar no Enem de 2009, com nota 249,25, em uma escala de zero a 1.000. Localizada no Alto Solimões, no pequeno município amazonense de Santo Antônio do Içá — que fica a três horas de barco de Manaus —, a escola tem 669 alunos da segunda etapa o ensino fundamental e do ensino médio.

Todos os estudantes são indígenas da etnia Tikuna. Os professores, porém, se dividem: 12 são indígenas e lecionam disciplinas como história, filosofia, química e a língua Tikuna; e os outros nove, não indígenas, ficam com aulas como biologia, artes e português. Eles moram em alojamentos exclusivos para os professores.

A escola tem 10 salas de aulas, uma biblioteca e um laboratório de informática com computadores conectados à Internet. Ele, porém, não está sendo usado pelos alunos, porque falta professor para a disciplina.

A língua oficial, inclusive para alfabetização, é o Tikuna, o que prejudicou o entendimento da prova, segundo o MEC. “O ensino é bilíngue. Ou eles aprendem no idioma tradicional e fazem a prova em Português, ou eles têm aulas com professores não indígenas em um idioma que não é o deles. Isso complica na hora de fazer a prova”, explica Martelleti.

A dificuldade explica o baixo rendimento dos alunos na redação do Enem, responsável por diminuir a média da escola, segundo o gestor do colégio Fanito Manduca Ataíde. “A linguagem é uma barreira. Alguns alunos conseguem fazer, outros não”. “Além disso, os temas da redação são focados em São Paulo e Rio de Janeiro e os alunos não conseguem desenvolver”.

A falta de professores também é um problema para a escola da comunidade Tikuna. “Faltam professores especializados para o ensino médio até em São Paulo. Nas regiões isoladas é ainda mais difícil”, comenta o secretário de Educação do Amazonas, Gedeão Amorim. “Temos programas de formação continuada de professores e vamos focar na educação indígena”, comenta.

Além disso, o baixo investimento nas escolas indígenas deixa os alunos para trás, segundo o secretário executivo do Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena (Iepé), Luis Donisete. “Menos de 20% das escolas indígenas têm biblioteca e só 70% têm prédios próprios”, conta. “Por serem em áreas isoladas os custos são mais caros e investir em escolas indígenas não dá voto para ninguém”.
Fonte: Uol Vestibular

domingo, 11 de julho de 2010

Por que continuo lendo textos medíocres?

É decepcionante continuar lendo produções de textos de alunos de Ensino Médio que não conseguem colocar sua opinião de maneira fundamentada.Onde está o erro? Será que nossos jovens estudantes não tem mais a capacidade de entender o que repassamos em sala?Todos já ouviram e/ou sabem que leitura é fundamental mas simplesmente ignoram e continuam preenchendo linhas de uma folha sem a mínima noção do que escrevem.Exemplos são trabalhados,erros nos textos são apontados,trabalha-se com argumentos,relações interdisciplinares e nada funciona. Pergunta-se: O que fazer para que nossos estudantes entendam que LEITURA  é necessário?

Já dizia Marisa Magnus Smith - Coordenadora da banca de avaliações da PUC-RS: "Um dos piores erros que os candidatos podem cometer em uma prova de redação é a extrema preocupação com a forma, com a gramática. O importante é que ele opine sobre o tema.". Mas o que dizer de alunos que nem com a gramática se preocupam,nem digo gramática,mas com a própria ortografia,que chegam ao 3º ano escrevendo "estam","atraveiz","cumeça","pubrema","nois" entre tantos outros absurdos,absurdos estes corrigidos e que no próximo texto lá estão novamente?
Já faz tempo que o segredo de escrever uma boa redação deixou de ser o fato de não errar a gramática. Na opinião de especialistas, acima de tudo, uma boa redação de vestibular - que nada mais é do que um teste para averiguar a capacidade do estudante em opinar e refletir - deve conter argumentação bem colocada e bem fundamentada.

Para se sair bem em sua "defesa", os especialistas dizem que os candidatos não devem ficar "em cima do muro" (ora a favor, ora contra o tema), tampouco comprar opiniões do senso-comum. Se o candidato não estiver certo do que está dizendo e não expuser razões para pensar daquela forma o texto fica vazio. "O texto tem que ter posicionamento, se for exclusivamente informativo não é bom. Aliás, não dá nem para começar a escrever um texto se não tiver uma opinião. Um texto sem opinião não existe", reforça o professor de redação do Cursinho Anglo, Maurício Soares Filho. Volto a questionar: Como fazer o aluno opinar se continua se negando a  informar-se ,a ler,pois sem isso nunca terás subsídios para fundamentar seu texto.

Para entender melhor por que os especialistas defendem essa idéia é fácil: imagine que as drogas acabaram de ser legalizadas pelo governo. Segundo os especialistas, se as pessoas abrem o jornal e procuram um artigo sobre a questão e encontram um texto sem nenhuma argumentação ou opinião, elas não refletirão, além de chato de ler. Para eles, aquilo que o leitor espera de um articulista é o mesmo que um examinador de vestibular espera de um futuro universitário (especialmente se for de universidade pública): opinião e reflexão.

De acordo com Soares Filho, para seu texto causar impacto, porém, a opinião deve estar muito clara. Por isso, a construção da redação deve valorizar seus argumentos. A ordem é apostar na organização da estrutura textual para não perder o fio da meada. "Organizar as informações é o segredo para fazer que a opinião apareça", complementa Soares Filho.


Por isso meu caro aluno,se você não resolver a ler,a informar-se seu texto jamais conseguirá superar àqueles que fazem da LEITURA um hábito.


Treinando um texto nota 10

Se a intenção é obter destaque por meio de uma boa argumentação, o que fazer para se preparar? Ler, ler, ler e escrever, escrever e escrever (use os exemplos e temas dados para treinar). "O hábito da leitura ajuda a desenvolver a escrita. Além disso, com a prática da redação,(escrita) alguns padrões de textualidade são mais facilmente assimilados do que pelo professor a falar em sala de aula", enfatiza Marisa.

Para Soares Filho, a prova de redação é 50% leitura e 50% escrita. "Uma é conseqüência da outra. O primeiro passo para ter sucesso é ler o tema com muita atenção e, em seguida, posicionar sua opinião para definir o que será defendido".

Uma boa dica é LER editoriais, crônicas, artigos ( já falado desde o início do ano) e textos assinados que emitam opinião sobre o tema que é retratado. Com isso, é possível criar uma bagagem de como e em que momentos é pertinente evidenciar as opiniões pessoais.

Outra dica valiosa é procurar ser autêntico.  A autenticidade do seu pensamento deve estar refletida em seu texto, nem mais, nem menos,nada de senso-comum,de apenas colocar o óbvio.


Por fim, a prova de redação serve para avaliar a capacidade do candidato de se comunicar por escrito, de fazer reflexão e de conseguir se expressar de maneira simples e coesa. Por isso é tão importante não ser superficial e mostrar uma visão crítica sobre o tema a ser discutido.

Portanto,meu caro aluno,só existe uma forma de você aprender a escrever: LER,LER,LER E ENTENDER O QUE LER E O QUE OUVE DE SEUS PROFESSORES EM SALA,pois caso contrário,continuarei a ler textos medíocres,pobres,sem fundamentação,coesão e coerência e VOCÊ sabe que tem potencial para melhorar e conseguir se quiseres.

sábado, 10 de julho de 2010

Cultura Africana

A cultura africana é caracterizada pela vasta diversidade de valores sociais. A cultura africana moderna é em grande parte constituída de respostas ao nacionalismo árabe e ao imperialismo europeu. A África é um continente de grande diversidade cultural que se vê fortemente ligada à cultura brasileira. Pode-se perceber grandes diferenças em suas raças, origens, costumes, religiões e outros.


Os africanos prezam muito a moral e acreditam até que esta é bem semelhante à religião. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte, etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas fazem seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

Seus ritos eram realizados em locais determinados com orações comunitárias, danças e cantos que podem ser divididos em: momentos importantes da vida, integração dos seres vivos e para a passagem da vida para a morte. Na economia, trabalhavam principalmente na agricultura, mas também se dedicavam à criação de animais e de instrumentos artesanais.

Sua influência na formação do povo brasileiro é vista até os dias atuais. Apesar do primeiro contato africano com os brasileiros não ter sido satisfatório, estes transmitiram vários costumes como:

- A capoeira que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, já que não tinham acesso a armas de fogo;

- O candomblé que também marca sua presença no Brasil, principalmente no território baiano onde os escravos antigamente eram desembarcados;

- A culinária recebeu grandes novidades africanas, como o leite de coco, óleo de palmeira, azeite de dendê e até a feijoada, que se originou no período em que os escravos misturavam restos de carne para comerem.

Artes na cultura africana


A cultura africana tem uma rica tradição artística representada por uma variedade de entalhos em madeira, trabalhos em bronze e couro. As artes africanas incluem esculturas, pinturas, cerâmica, máscaras cerimoniais e vestimentas religiosas. A cultura africana sempre deu ênfase na aparência das pessoas, e as jóias, colares, braceletes e anéis permaneceram como um acessório pessoal importante. De maneira similar, máscaras são feitas com desenhos elaborados e constituem parte importante da cultura africana. Máscaras são usadas em uma variedade de cerimônias e rituais.



Na maioria da arte tradicional da cultura africana certos temas são recorrentes, como um casal, mulher com criança, homem com arma ou animal, e um forasteiro. O casal raramente exibe intimidades e pode representar ancestrais e fundadores da comunidade. A mulher com a criança retrata o desejo intenso das africanas terem filhos. O tema também pode representar a Mãe Terra e as pessoas como sua criança. O homem com arma ou animal simboliza honra e poder. O forasteiro pode ser alguém de outra tribo ou outro país, sendo que quanto mais distorcido ele for maior tenderá a ser suas diferenças com a cultura que o retratou.
Idiomas na cultura africana

Pela maioria das estimativas, a África contém mais de 1.000 idiomas, a maioria de origem africana e alguns de origem européia. Existem quatro principais família lingüísticas na África:

* Os idiomas afro-asiáticos são uma família de em torno de 240 línguas e 280 milhões de africanos.

* A família lingüística nilo-saariana consistem em mais de 100 idiomas falados por em torno de 30 milhões de pessoas principalmente no Chade, Etiópia, Quênia, Sudão, Uganda e Tanzânia.

* A família lingüística niger-congo cobre a maior parte da África subsaariana e é provavelmente a maior do mundo em termo de número de idiomas.

* As línguas khoisan compreendem em torno de 15 e são faladas por aproximadamente 120 mil pessoas no sudoeste da África.

Após o colonialismo europeu quase todos os países africanos adotaram idiomas oficiais de fora do continente, embora vários hoje em dia também usem línguas de origem nativa.


Lendas e folclores na cultura africana

As lendas e folclores representam a variedade de facetas sociais da cultura africana. Como em quase todas as civilizações e culturas, mitos de inundação circulam em diferentes partes da África. Por exemplo, de acordo com um mito pigmeu, Chameleon escutou um barulho estranho em uma árvore, cortou seu tronco e então de dentro dela saiu água em uma grande inundação que se espalhou por todo o mundo. O primeiro casal humano emergiu com a água.

Música na cultura africana
A cultura musical africana tem grande importância mundial. Ritmos originários da África subsaariana, em particular no Oeste da África, foram transmitidos através do tráfego de escravos pelo Atlântico e resultaram em estilos musicais como o samba, blues, jazz, reggae, rap, e rock e roll.

Fonte: Artigo licenciado sob GNU Free Documentation License (www.gnu.org/copyleft/fdl.html). Usa material do artigo da Wikipédia "Africa" (en.wikipedia.org/wiki/Africa).

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MEC prorroga inscrição Enem até da 16/07

Enem 2010: 52 das 58 universidades federais vão adotar nota do exame no vestibular 2011


Suellen Smosinski

Pelo menos 52 das 58 universidades federais vão adotar a nota do Enem (Exame Nacional do ensino Médio) 2010 em seus vestibulares com ingresso em 2011. Segundo um levantamento feito pelo UOL Vestibular, apenas seis instituições ainda não decidiram se irão utilizar o Enem.


O MEC (Ministério da Educação) prorrogou as inscrições ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010 até as 23h59 do dia 16 de julho. A previsão era de que o período de inscrição terminasse neste sexta-feira (9). As informações são do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), autarquia responsável pela prova. A inscrição custa R$ 35 e só pode ser realizada pela internet.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Atualidades no vestibular

Tema transversal define atualidades no vestibular


Por:
Thiago Roque
Agência BOM DIA

O que a biologia, Madonna e o filme “Juno” têm em comum?

Resposta: o vestibular.

Claro, isso é uma inferência deste jornalista que vos escreve. Mas é um bom exemplo para falarmos sobre as famosas atualidades – já que, queira ou não, foi dada a largada para a maratona de estudos para 2011.

Não dá mais para negar o peso das atualidades dentro do vestibular. Ainda mais agora, que os temas transversais (assuntos que transitam em mais de uma disciplina) são a palavra da moda, manter-se atualizado sobre o que acontece no Estado, no país e no mundo é fundamental para quem pretende evoluir de vestibulando.

Aí entra nossa santíssima trindade do começo do texto. Biologia, Madonna, \'Juno\': três temas aparentemente diferentes, mas ligados entre si com um pouquinho do tal do tema transversal.
Não acredita? Vamos lá.

Este ano, comemora-se 40 anos da pílula anticoncepcional – método para evitar uma gravidez não-planejada. Madonna tem um grande sucesso seu, “Papa Don\'t Preach”, que fala exatamente de uma garota contando ao pai que está grávida. “Juno” conta a história de uma adolescente que engravida e decide ter o bebê para doar a uma família que não pode ter filhos – roteiro, aliás, premiado com um Oscar.


Viu? De três áreas diferentes (reprodução humana, música e cinema), um tema transversal.

E seja sincero: acha que seria difícil essa questão cair no vestibular?

Resposta: Não, né?
Como estudar

Como disse, juntar pílula, Madonna e “Juno” foi uma viagem minha. Mas é possível identificar alguns “sintomas” para você considerar alguns assuntos como possíveis presenças no vestibular.

A principal dica é pensar na interdisciplinaridade do tema para filtrar o que estudar – até porque, com a internet mais popularizada, a enxurrada de informações que despeja sobre a cabeça dos estudantes é assustadora.

Assim, se o assunto em questão possui ligação com as disciplinas exigidas nas provas (do português à física, da história à química...), torna-se uma potencial questão.

Outra sugestão é ficar atento a datas redondas (20 anos, 30 anos, 100 anos...) de algum evento. Exemplo: em 2010, temos o centenário de nascimento de Chico Xavier – perguntas ligadas ao espiritismo, por exemplo, podem pintar até na redação. Fique de olho também nas polêmicas – o julgamento do caso Isabella, que condenou pai e madrasta à prisão, parou o Brasil na última semana.


Assuntos de grande repercussão nos últimos tempos também são figurinhas repetidas – ainda vivemos em discussão sobre energia nuclear, países continuam em guerra, a popularização do cinema 3D – é, talvez você encontre mais um pouco dos na’vi, o povo azul de “Avatar”, pulando de questão em questão...

E não tem jeito: com atualidades, a única maneira de estar preparado é acompanhar o ano todo os assuntos – e até praticando alguns exercícios.

Não perca mais tempo, então.

Como se manter atualizado

Jornais e revistas

Além de trazer o factual, muitos trazem diferentes opiniões sobre o tema, o que enriquece seus argumentos sobre um assunto

Telejornais
Hoje, um assunto se destaca tão unicamente pela imagem – questões são formuladas só por conta do impacto da imagem

YouTube
No site de vídeos, é possível assistir a materiais antigos sobre determinado tema.

Twitter
Confira os temas do momento – de forma geral e na sua timeline

Fonte: Rede BOM DIA
http://www.redebomdia.com.br/

terça-feira, 6 de julho de 2010

Leitura, Galera!!!!!! Informe-se!!!!!!!



O fim da infância

Está circulando na internet (http://primeirainfancia.org.br/2010/05/carta-da-rnpi-para-os-parlamentares/) a carta elaborada pela Rede Nacional Primeira Infância, formada por 74 organizações da sociedade civil, do governo, do setor privado, de organizações multilaterais e outras redes de organizações, dirigida aos deputados e senadores da República solicitando o reexame do dispositivo constante do PL 6.755/2010 (original PLS 414/2008) que estabelece em seu artigo 6º o dever dos pais ou responsáveis de efetuar a matrícula dos menores a partir dos cinco anos no Ensino Fundamental. A idade é reiterada no artigo 32 do mesmo projeto, que diz que o Ensino Fundamental, com duração de nove anos, inicia-se aos cinco anos de idade.

Tais entidades questionam o projeto de lei porque entendem que ele implica o fim do direito de ser criança. Para tais entidades, trata-se de um verdadeiro roubo da infância, na medida em que a criança tem o direito de viver segundo suas características físicas, biológicas e psicológicas. Este direito é roubado porque “começar a primeira série do Ensino Fundamental aos cinco anos e um dia equivale a perder a infância, a criança impedida de ser criança, é proibida de brincar”.

A Rede Nacional da Primeira Infância tem razão em sua luta. Os educadores há muito tempo defendem a expansão da educação pré-escolar e não a inclusão das crianças de cinco anos na educação fundamental. É consenso dos educadores que a educação pré-escolar é a que atende de forma mais adequada a uma pedagogia da primeira infância, pois é a que mais consegue preservar “o direito de brincar” da criança. Para eles, a inclusão de crianças de cinco anos na primeira série só fará mal a elas, pois, do jeito que está o sistema, a insere de forma inadequada no Ensino Fundamental. Além disso, a sociedade e a família não ganham nada diminuindo o período da infância e suprimindo um ano de educação pré-escolar, já que só há consequências perversas com tal dispositivo: amplia-se a produção de estresse infantil devido aos problemas de inadequação aos longos horários, ou os causados pelo uso das cadeiras escolares e até mesmo pelo aumento da reprovação. Já baixamos o limite de acesso à educação de sete para seis anos, e agora, querem cinco. Onde isso vai parar?

A luta é motivo para reflexão. Ver educadores em um movimento político sempre é motivo de contentamento. Mais ainda quando liderados por Vidal Didonet, um dos maiores especialistas em educação infantil e cuja luta mostra que os professores não estão dispostos a abandonar a defesa da educação. Mostra que os professores são capazes de se mobilizar e rapidamente tentar reverter o impacto de más políticas públicas. Que o campo destas políticas seja ainda um lugar de lutas sociais, é um alento. Num mundo em que cada vez mais se afirma o desencanto dos educadores com a política, observar como eles são capazes de se mobilizar em defesa do respeito às características da infância, em defesa da educação de qualidade e valorizando as instituições democráticas mostra que os movimentos sociais ainda têm uma grande contribuição a dar quando se adentra no século 21.

Professor - Jorge Barcelos